CPI do Apagão: Ex-diretor da Infraero nega todas as acusações

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Agência JB

RIO - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo ouviu o depoimento do ex-superintendente de Planejamento e Gestão da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Fernando Brendaglia de Almeida, na tarde desta terça-feira.

Mesmo tendo apresentado um habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau, à CPI dando a ele o direito de permanecer calado, ele cedeu e respondeu às perguntas dos senadores. Ele negou as acusações de irregularidades na compra de um programa de gerenciamento de publicidade pela Infraero e afirmou que seu objetivo era de aumentar os lucros da empresa.

foi diretor comercial da Infraero

Fernando Brendaglia, ex-diretor comercial da Infraero, foi um dos responsáveis pela contratação de software para gerenciamento de publicidade nos aeroportos, por R$ 26 milhões. De acordo com o relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o serviço poderia ter sido feito por R$ 3 milhões.

- Contratei junto à empresa FS3 o uso do sistema Advantage V2 para gerenciar a publicidade em 65 aeroportos no país de forma a organizar melhor a oferta de espaço comercial. Antes da instalação do sistema, a Infraero vendia espaço de mídia aeroportuária por preços abaixo do que poderia conseguir contou.

Brendaglia comentou ainda que o preço dos anúncios era cobrado por metro quadrado e não pela audiência, como geralmente esse tipo de espaço é comercializado . Ele explicou que no modelo anterior, a venda dos espaços publicitários nos aeroportos não era licitada.

Brendaglia afirmou que houve "muita reação contrária à instalação do software de gerenciamento de publicidade por parte da Associação Brasileira de Mídia Aeroportuária (ABMA) , representante das empresas que exploravam o setor antes da instalação do novo sistema.

- Os aeroportos arrecadavam por volta de R$ 30 milhões por ano com publicidade antes da implantação do novo software. O novo sistema possibilitaria aumentar esse valor para R$ 100 milhões. O uso do sistema foi suspenso e o Advantage V2 não está sendo usado atualmente explicou.

Em resposta a perguntas de Demóstenes Torres, Brendaglia contou que dispensou a licitação para a compra do software porque um documento da Associação das Empresas Brasileiras de Softwares certificou que não havia outros programas semelhantes no mercado.