Amazônia bate recorde de alertas de desmatamento em abril
Dados do Inpe mostram destruição de 1.012 quilômetros quadrados
Os dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um número recorde de alertas de desmatamento na Amazônia para o mês de abril, com 1.012 quilômetros quadrados de devastação. O relatório divulgado na sexta-feira (6) considera o período entre 1º e 29 de abril.
Com isso, os dados de detecção do Deter-B mostram um aumento de 74,5% em relação a 2021 que, por sua vez, também tinha batido o recorde para a série histórica iniciada em 2016, com 579,98km2 para o mesmo período.
Segundo o Observatório do Clima, "esta é a primeira vez na história do sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1.000 km2 no mês de abril".
"Isso é grave porque abril ainda é um mês de chuvas na Amazônia — o último do chamado 'inverno" amazônico', quando o ritmo das motosserras naturalmente arrefece. Antes do governo [Jair] Bolsonaro, era raro um dado mensal de alertas ultrapassar 1.000 km2 até mesmo na estação seca", diz um comunicado formal da ONG.
Ainda conforme o Observatório, o acumulado do ano - que no caso do Inpe é medido de julho a julho - os alertas já alcançaram 5.070km2, 5% a mais do que o ano passado. Desde 2020, os dados batem recordes consecutivos.
"As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil triunfou em transformar a Amazônia num território sem lei, e o desmatamento será o que os grileiros quiserem que seja. O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora", afirmou ainda na nota o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini. (com agência Ansa)