Mais um cidadão de bem morto pela PM do Rio

Por INFORME JB

Leandro da Mata, trabalhador morto pela PM do Rio

Leandro da Matta, 40 anos, era corretor de imóveis, flamenguista, e coordenava 250 pessoas na empresa onde trabalhava. Casado com Ana Paula, pai de dois filhos menores, ele, há duas semanas, saiu de casa com  o carro cheio de cestas básicas para doar aos colegas corretores, pois corretores de imóveis só ganham quando trabalham (vendem um apartamento, por exemplo), e nestes tempos de quarentena, está todo mundo sem renda.

E lá foi Leandro levar alimentos nas casas dos colegas...

O que ele não esperava era encontrar mais uma viatura da Polícia Militar dos Estado do Rio de Janeiro ocupada por fardados despreparados e apavorados, como há inúmeros na corporação fluminense - todo mundo sabe e ninguém faz nada contra.

Pois o carro do Leandro foi alvejado por um único tiro que o matou na hora.

Ele saiu de Mesquita, bairro onde morava, para ir à casa de um colega de trabalho, levando as compras do supermercado, no bairro de Cordovil. No meio do caminho, encontrou a viatura dos "homens da lei", e dentro dela estava o agente do estado Bruno Bahia do Espírito Santo, que registrou Boletim de Ocorrência na delegacia.

Disse o policial ao delegado que o carro do Leandro "vinha na contramão e recebeu ordem de parada". Foi quando "um homem que estava no banco do carona do carro" do Leandro "saiu do automóvel e disparou" contra a polícia, que revidou.

Leandro saiu de casa sozinho.

E a PM, na "troca de tiros" que diz ter travado com ele, só disparou um tiro. Um tiro é o que a perícia encontrou na lataria do carro do Leandro.

Um tiro da PM em uma "troca de tiros". Aquela mesma PM acostumada a transformar em peneiras carros de inocentes que cruzam seu caminho.

Com a palavra o governador Wilson Witzel, autor da "célebre" e vexaminosa frase - para um governador: "um tiro só na cabecinha".