Presidente terá Congresso mais fragmentado da história

30 partidos conquistaram assentos na Câmara dos Deputados

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Congresso Nacional

Os dois partidos que chegaram ao segundo turno das eleições presidenciais, PSL (Jair Bolsonaro) e PT (Fernando Haddad), também terão as maiores bancadas na Câmara dos Deputados.

Surfando na "onda Bolsonaro", o Partido Social Liberal saltou de um assento em 2014 para 52 em 2018 e ficará atrás apenas do Partido dos Trabalhadores, que perdeu 13 cadeiras e terá 56 a partir de 2019. A terceira bancada será do PP, com 37 deputados (-1).

Sócios no governo Temer, MDB (-31) e PSDB (-25) foram os que mais perderam vagas na Câmara. A legenda do presidente da República terá a quarta maior bancada, mas os tucanos despencaram para nono lugar, com 29 eleitos, empatados com o DEM (+8).

O PDT também aproveitou o bom desempenho de Ciro Gomes na disputa presidencial e fez 28 deputados (+9), com a 11º maior bancada. Outros partidos que conseguiram aumentar suas bancadas são PRB, com 30 (+9); Podemos, com 11 (+7), Avante, com sete (+6); Psol, com 10 (+5); e Patriota, com cinco (+3).

PPL (um), PRP (quatro) e PHS (seis) elegeram um deputado a mais do que em 2014, enquanto o PTC e o PMN mantiveram suas duas cadeiras cada um. O PRTB, da coligação de Bolsonaro, perdeu seu único assento na Câmara, enquanto DC (um), PCdoB (nove) e PR (33) terão uma cadeira a menos. O estreante Novo, por sua vez, conseguiu fazer oito deputados.

Em 2019, a Câmara dos Deputados terá 30 partidos representados, cinco a mais do que os atuais 25 e um recorde desde a redemocratização, o que deve tornar mais difícil a vida do futuro presidente da República no Congresso.

A composição, no entanto, deve sofrer alterações por causa da cláusula de barreira, que impedirá o acesso ao fundo partidário e à propaganda em rádio e TV a legendas que não atingiram 1,5% dos votos válidos para a Câmara, com mínimo de 1% em pelo menos nove estados, ou elegeram nove deputados, também em nove estados diferentes.

Dos 30 partidos que conquistaram assentos na Câmara, 11 não conseguiram cumprir nenhum dos dois critérios, o que pode levar a fusões dentro do Congresso.

Senado

O mesmo cenário de fragmentação acontece no Senado, que terá 21 partidos a partir do ano que vem, sendo que 20 deles conseguiram eleger parlamentares no último domingo (7), quando estavam em jogo dois terços das vagas da Casa.

O MDB foi a legenda que mais fez senadores, com sete, à frente da Rede e do PP, com cinco cada. Outros cinco partidos elegeram quatro representantes cada um: PT, PSDB, PSD, DEM e PSL. Já PDT, PHS, PPS, PSB e PTB garantiram dois assentos.

Por fim, sete siglas (Podemos, PR, PRB, Pros, PRP, PSC e SD) elegeram um senador cada um. Com esses resultados, o MDB manterá a maior bancada do Senado, com 12 assentos, à frente de PSDB (nove), PSD (sete), DEM (seis) e PT (seis).