Saúde & alimentação: Conheça os lados positivo e negativo da piscina

Por WILSON RONDÓ JUNIOR *

Nesta época de calor e férias, as piscinas ficam cheias. Alguns vão só para tomar sol e entrar um pouco na água... Outros já aproveitam para praticar natação, o que é uma boa ideia. Nadar aumenta o nível de BDNF, proteína que promove a memória. A imersão do corpo na água, até a altura do peito, eleva em 14% o fluxo sanguíneo para as artérias cerebrais.

Na água há redução de 90% do seu peso, permitindo que se movimente mais, aumentando a flexibilidade. Os pulmões ganham um efeito benéfico extra, pois a pressão da água faz com que trabalhem mais duro do que em terra.

Qualquer pessoa tem benefícios com exercícios na água, independente da idade ou agilidade. Se você está com artrite, dores articulares, osteoporose, obesidade ou mesmo idade avançada, esta opção de exercício é excelente. Nadar também alivia a pressão na lombar e joelhos. A água fornece 12% a 14% mais resistência do que o ar, portanto, é como se você estivesse com peso em volta do seu corpo, o que desafia mais os seus músculos.

Além disso, o ritmo cardíaco fica mais baixo, e a cada sístole (batida do coração) na água, se bombeia mais sangue. Assim, não se precisa das mesmas batidas cardíacas, pois ocorre o retorno do sangue ao coração de modo mais eficiente pela pressão da água na parte inferior do corpo.

Considerações desfavoráveis sobre a água da piscina

A presença de cloro, produtos de desinfecção e outros contaminantes encontrados normalmente nas piscinas cloradas devem ser evitados dentro do possível, pois o cloro tem sido correlacionado a diversas doenças. Nessas piscinas cloradas, os produtos de desinfecção são cerca de mil vezes mais tóxicos do que o próprio cloro. Conforme ele reage com material orgânico como folhas, cabelo, pele, suor e sujeira, forma-se DBP (bioprodutos formados pela desinfecção), correlacionados com danos de DNA, câncer e problemas respiratórios. Ao nadar nesse tipo de piscina você absorve mais DPB do que se tomasse água de torneira por uma semana!

Há também o caso de urina na piscina, que com o cloro, causa uma reação que forma dois produtos DBP tóxicos: Cyanoglichloride (CNCI), que é classificado como agente químico de guerra, e Trichloranine (NCl3), correlacionado a dano pulmonar. Nadar no mar ou lago seria melhor escolha, mas, sem essa opção, uma boa ideia seriam as piscinas salinizadas.

Será que se deve evitar nadar em piscinas?

Absolutamente não! Há opções para se ficar livre de bactérias, algas e outros organismos, sem usar químicos perigosos:

>> Sistema de ozônio: destrói bactérias patogênicas por oxidação, reduzindo bastante a necessidade de cloração. Mas ainda serão necessários tratamentos de choque periódicos para eliminar algas.

>> Não usar o cloro continuamente: só fazer tratamento de choque a cada seis dias para eliminar o desenvolvimento de algas, como em algumas piscinas de clubes. O tratamento volatiza entre 24h e 48h, dando uma janela de segurança para a sua piscina.

>> Outra medida importante é tomar uma ducha antes de entrar na água e orientar as crianças a não urinarem na piscina.

Então, fique de olho nessas dicas. Elas são garantias de ótimas férias e um mergulho sem riscos. Supersaúde!

*Médico (CRM RJ 0110159-5) e nutrólogo (31370)