Gravidez e HIV

Por Mariana Conforto*

Dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Combate ao HIV e à AIDS, e nos relembra a importância de conscientização da população, gestantes e nós profissionais da saúde. Anualmente, diagnosticamos em torno de 2 milhões de novos casos de HIV nos Estados Unidos. Em relação a 2015, houve um aumento de 4% nos casos de HIV. E esse aumento atinge diretamente a população feminina que deseja gestar atualmente e no futuro.

Por enquanto não há vacina para prevenir e alguns protocolos medicamentosos estão sendo testados para evitar o contágio principalmente no caso de casais portadores do vírus, porém ainda não são liberados para as pacientes gestantes. Portanto, a medida preventiva ainda é a melhor solução.

Com o avançar da medicina, podemos oferecer às gestantes tratamentos retrovirais que são compatíveis com uma gestação saudável para o feto. São consideradas pacientes de alto risco e devem ser acompanhadas por especialistas e, de preferência, em centros de referência. A gravidez na paciente com HIV é possível e não deve ser discriminada, tendo acesso a todos os medicamentos necessários para esse momento. Há casos também de o HIV ser diagnosticado durante a gravidez, necessitando, ainda mais, de aconselhamento e acompanhamento durante a gravidez. É uma condição que demanda cuidados, mas que também tem acompanhamento específico para isso. As pacientes devem e podem se sentir mães, e os profissionais de saúde devem sempre buscar o acolhimento, humanização e esclarecimento.

Estudando as estatísticas, é impactante o crescimento de usuárias de drogas e, consequentemente, a contaminação pelo HIV nessa população, que hoje sofreu um aumento de 33% de contaminação. Além do contágio através das agulhas, pesquisas mais recentes mostram que 6 em cada 10 jovens de 15 a 19 anos não usaram preservativo no último ano.

Além de oferecer um atendimento de qualidade e humanizado às pacientes e famílias, principalmente tratando-se de gestantes portadoras do vírus. Nossa maior missão é ampliar as políticas de prevenção, nos tornar mais próximos dos jovens e fixar o quanto a prevenção é importante. Somente assim conseguiremos evitar a contaminação, prevenir a doença e reduzir as taxas de complicações. Portanto, o dia 01/12 não é um dia qualquer, é um dia de luta para nos relembrar a fazer a diferença nos cuidados e atenção.

* Ginecologista e obstetra da Perinatal