Precisa Medicamentos chamou de 'inadmissível' a operação da PF em seus escritórios

Empresa está envolvida em escândalo na compra da vacina Covaxin

Por JORNAL DO BRASIL

As investigações em torno das negociações da Covaxin começaram em 18 de junho

A Polícia Federal fez uma operação de busca e apreensão de bens e documentos na sede da empresa Precisa Medicamentos, localizada em Barueri, na Grande São Paulo, e na Luft Healthcare, que fica em Itapevi, também São Paulo, nessa sexta-feira (17). A Luft armazena produtos da Precisa.

A operação foi realizada a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os senadores também queriam uma busca e apreensão no Ministério da Saúde, mas o pedido foi negado.

Segundo a CPI, a Precisa não enviou todos os documentos solicitados nos últimos meses, inclusive, o contrato com a Bharat Biotech, o laboratório indiano que produz a vacina anti-Covid Covaxin. Os indianos tinham a empresa brasileira como intermediadora para a venda, mas após o escândalo revelado pela imprensa e pela CPI, retirou a autorização que tinha dado para a Precisa.

"A operação, que foi autorizada pelo STF, destina-se à apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa e a Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados ao contrato. A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial", escreveu o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, em sua conta no Twitter.

O escândalo envolvendo a vacina indiana começou após denúncia dos irmãos Luís Miranda, deputado federal, e Luís Ricardo Miranda, servidor de carreira do Ministério da Saúde. Ambos alegaram que houve um pedido de pagamento antecipado de US$ 45 milhões, não previsto em contrato, e que o servidor achou que tinha algo errado.

Os irmãos Miranda, então, levaram a denúncia ao presidente Jair Bolsonaro, mas a suspensão do contrato de compra de R$ 1,6 bilhão só ocorreu após os depoimentos da CPI. O Ministério Público Federal (MPF) também está investigando o caso.

Em nota, a Precisa Medicamentos chamou a operação de "inadmissível" e disse que "seus representantes, sempre que intimados, prestaram depoimentos à PF, CGU, além de ter entregue toda documentação ao MPF e TCU".(com agência Ansa)