'Não leio jornal para não começar o dia envenenado', afirma Bolsonaro

Por DANIELLE BRANT

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que não lê jornais para não começar o dia envenenado e disse que não trabalha pensando na reeleição em 2022, mas ressaltou que, se não for reconduzido ao cargo, espera ser substituído por "alguém melhor".

As declarações foram dadas na manhã deste domingo (4) a uma plateia formada por cerca de 2.000 fiéis da igreja evangélica Fonte da Vida.

No culto, Bolsonaro afirmou que sabia que seu governo seria alvo de jornalistas. "Eu muitas vezes não leio jornal nenhum para não começar o dia envenenado. Não trabalho pensando em 2022", disse.

Se o governo for bem, ele disse que não descarta a reeleição. "Se não formos, espero que chegue alguém melhor do que eu", disse, enquanto ressaltou que, no passado, outras pessoas "demonstraram uma sede de poder, nada mais além disso".

Em julho, Bolsonaro dissera que assumiu "um país quebrado moral, ética e economicamente, mas se Deus quiser nós conseguiremos entregá-lo muito melhor para quem nos suceder em 2026", referindo-se a um período após um eventual segundo governo dele.

Em julho, o presidente declarou que entregaria um país melhor a quem sucedê-lo em 2026, ou seja, após um eventual segundo governo dele."Pegamos um país quebrado moral, ética e economicamente, mas se Deus quiser nós conseguiremos entregá-lo muito melhor para quem nos suceder em 2026", disse na ocasião.

Neste domingo, Bolsonaro voltou a tecer críticas à imprensa. Segundo o presidente, os jornalistas dizem que ele ainda está num palanque, em referência à campanha eleitoral. "E eu devolvo: a imprensa ainda está na oposição."

Mais cedo, Bolsonaro havia comentado assuntos publicados pela Folha e outros veículos neste fim de semana, entre eles a pressão para que tire da chefia do Coaf Roberto Leonel, aliado do ministro da Justiça, Sergio Moro.

O presidente comentou levantamento do jornal O Globo que mostrou que o clã Bolsonaro nomeou 102 pessoas com laços familiares nos últimos 28 anos.

Bolsonaro disse que busca falar com a imprensa toda vez que sai do Palácio da Alvorada para evitar o que chamou de distorções. "Se eu não falar, vem distorção, vem mentira. Se eu falar, a minha equipe está filmando. Mesmo que haja distorções, vão continuar havendo, eu mostro as filmagens do que aconteceu."

Aos fiéis, ele afirmou que quer manter um bom relacionamento entre os Três Poderes e disse que não criticaria o Congresso ou o Judiciário.

Bolsonaro voltou a elogiar o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), André Luiz Mendonça, a quem considera um bom nome para uma futura vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) por ser "terrivelmente evangélico".