Australianas puxam o ritmo do evento-teste de basquetebol na Arena Carioca 1

Medalhistas olímpicas e mundiais chegam como favoritas ao torneio

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Classificada para os Jogos Olímpicos Rio 2016, medalha de bronze em Londres 2012 e no Mundial da Turquia em 2014, a seleção australiana feminina é favorita no Aquece Rio Torneio Internacional Feminino de Basquetebol, na estreia da Arena Carioca 1. O evento-teste para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 reúne quatro escretes nacionais a partir desta sexta-feira (15). Além do Brasil, garantido no torneio Olímpico, Venezuela e Argentina, que ainda estão na luta por uma vaga no Rio 2016, também vão participar da disputa. Uma partida de basquetebol em cadeira de rodas, entre atletas brasileiros, complementa a programação.

A seleção australiana, cujo apelido oficial é Opals (Opalas, em referência à pedra preciosa nacional do país) não sai dos pódios Olímpicos desde Atlanta 1996. De lá para cá, foram três pratas (2000, 2004 e 2008) e dois bronzes (1996 e 2012). Uma das medalhistas da campanha em Pequim 2008, a armadora Erin Phillips, 30 anos, promete ser a atração do time que disputa o evento-teste. Ela vai atuar pela segunda vez no Brasil, pois também fez parte da equipe que se sagrou campeã mundial na edição do torneio realizada em São Paulo, em 2006. “Amei aquela passagem pelo país, estou muito animada por voltar. E agora é minha primeira vez no Rio."

Erin também atua como embaixadora do time de futebol australiano que teve seu pai, Greg Phillips, como ídolo, o Port Adelaide.  Em 2008, fez ensaio fotográfico de lingerie para uma revista australiana. Mas nunca perdeu o foco no basquetebol. Além da prata Olímpica e do título conquistado no Brasil em 2006, foi bronze no Mundial da Turquia, em 2014. A nota triste na carreira foi a ausência na equipe que conquistou o bronze em Londres - foi cortada pouco antes da competição e não escondeu do público sua frustração.

Por isso, estar no evento-teste no Brasil e no time base do técnico Brendan Joyce é especial para Erin. “Espero três jogos difíceis aqui, contra Brasil, Venezuela e Argentina. Mas vai ser uma grande oportunidade de conhecer a arena de competição (dos Jogos). E de saber como é o Rio e como as coisas funcionam aqui", avalia.

Brendan Joyce diz que o time que veio ao Rio para os três jogos está sem algumas jogadoras importantes, como Liz Cambage, Laura Hodges e Penny Taylor, que tinham outros compromissos profissionais e não puderam viajar. “Mas o grupo tem sete das atletas que foram bronze na Turquia e três que estiveram em Londres”, pondera. No evento-teste, segundo ele, vencer é bom, mas não é o mais importante. "Esta competição serve para desenvolver o entrosamento e dar confiança às atletas. Conhecer a arena de competição também é muio bom."

Para o Brasil, vencer Argentina e Venezuela é obrigação

O time do Brasil está de técnico novo, Antônio Carlos Barbosa, que assumiu há poucas semanas no lugar de Luiz Augusto Zanon. Ele pretende fazer do Torneio Internacional um recomeço, apesar da ausência de várias das principais atletas do país, por causa de um desentendimento entre a Confederação Brasileira de Basquetebol e os dirigentes de alguns clubes. “É um pontapé inicial na preparação, temos muita coisa pela frente ainda”, diz o treinador, que, em passagem anterior, comandou a seleção na conquista da medalha de bronze nos Jogos Sydney 2000. Ele pretende colocar logo em prática sua filosofia de jogo. “Algumas jogadoras, como Érika, Clarissa e Palmira, já conhecem meu estilo, que é de marcação agressiva, saída rápida de contra-ataque procurando a cesta fácil e aproveitando bem o jogo interior (do garrafão)".

Barbosa não nega o favoritismo da seleção australiana. Nem mesmo depois de ter vencido  - por 61 a 53 - o jogo-treino de quarta-feira (13) entre as duas seleções. “É uma equipe renovada, mas muito treinada. Eles trabalham praticamente uma seleção permanente. Nossa obrigação é vencer a Argentina e a Venezuela”, projeta.

Para o técnico, jogar no palco da disputa Olímpica é bom para "quebrar aquele gelo inicial". Ele diz que não vai fechar as portas da seleção para as jogadoras que não vieram, porque acredita que a decisão de não vir não foi delas. Mas deixa claro que um bom desempenho das que participarão do evento-teste vai contar para futuras convocações, para prejuízo das ausentes.

“Diz o ditado: não falte ao trabalho, para o patrão não perceber que você não faz falta"

Na direção oposta está a pivô Clarissa, que optou por atuar no evento-teste, desafiando a resistência de seu clube. “É importante atender a uma convocação da seleção", diz ela, que deseja deixar a polêmica para trás. A jogadora, que é carioca, ainda não se considera garantida no time que vai disputar os Jogos Rio 2016, mas não nega um entusiasmo especial com a perspectiva.

“Vai ser fenomenal. Não tem alegria maior do que competir dentro de casa"

Teste da arena

O Torneio Internacional, que terá apenas a presença de convidados nas arquibancadas, vai reunir ao todo 48 atletas. “Entre as áreas que vão funcionar no modelo dos Jogos Olímpicos estão a arena de competição, a força de trabalho, equipamentos esportivos, voluntários e exames antidoping”, explica o líder de competição do basquetebol do Comitê Rio 2016, Paulo Villas Boas. “Um detalhe, porém: a quadra no evento-teste será oficial da Federação Internacional de Basquetebol (Fiba), mas ainda não é o piso que usaremos nos Jogos Olímpicos”, ponderou. No total, 266 pessoas - 188 delas, voluntárias - vão trabalhar nas instalações da Arena Carioca 1 durante os três dias de competição.

Serão três dias de jogos. No domingo, dois grupos de atletas da seleção brasileira de basquetebol em cadeira de rodas vão disputar uma partida de exibição. O objetivo será testar a acessibilidade das instalações para pessoas com deficiência, uma vez que o esporte será disputado na Arena Carioca 1 nos Jogos Paralímpicos.