“Somos uma Igreja que acolhe de braços abertos os pecadores?”
Lá estavam na Praça de São Pedro, nessa ultima semana, dezenas de milhares de homens e mulheres para mais uma quarta feira ouvir as palavras do Papa Francisco. Para alguns ainda é uma novidade a mensagem libertadora que o “Bispo de Roma” vem proclamando nos últimos tempos. Mas para muitos estas catequeses são uma autentica repetição das bem aventuranças que Jesus Cristo pregava na fundação da Igreja Católica há 2.000 anos.
O Santo Padre simplesmente coloca a tona e identifica, a partir das palavras de Jesus, que o problema da humanidade é a falta de um objetivo para viver. Mas esse problema é por conta de perguntas que não encontramos em algumas respostas. Assim, Papa Francisco nos leva buscar essas respostas através de outra pergunta: “Somos uma Igreja que acolhe de braços abertos os pecadores?”.
Essa pergunta lançada pelo Papa nos provoca a perceber qual tipo de Igreja nós somos, ou até mesmo queremos ser. Pois só percebendo quem e como acolhemos em nossas vidas que vamos deixar cair a ficha que não existe uma Igreja, ou uma religião feita somente de homens e mulheres puros e perfeitos No início da audiência, o Papa Francisco lança, desde logo, o desafio:
“Mas, em que sentido a Igreja é santa se vemos que a Igreja histórica, no seu longo caminho de séculos, teve tantas dificuldades, problemas e momentos de escuridão? Como é que pode ser santa uma Igreja feita de seres humanos, de pecadores?”
Para responder a essa indagação é muito simples. Para aqueles e aquelas que fazem parte da Igreja Católica existe uma premissa: Somos Cristãos, ou seja, somos agentes de uma prática religiosa que está fundada na perspectiva acolhedora de Jesus Cristo.
Papa Francisco explicou que o Apóstolo Paulo, tomando como exemplo as relações familiares, afirma que Cristo amou tanto a sua Igreja que se deu a si mesmo por Ela, para à fazer santa. Isso quer dizer que não existe esgotamento para amar, quer deixar claro que não existes barreiras para o amor. O que faz a Igreja Santa é vislumbrar que sem a caridade entre nós, nada mais tem valor. A Igreja é Santa não pelo mérito nosso mas “porque Deus a faz santa, é fruto do Espírito Santo e dos seus dons.”
Papa Francisco nos ensina essa semana que é a falta de caridade nos leva a condição de pecadores para isso “Vivamos com alegria a nossa fé, deixemo-nos amar pelo Senhor…peçamos este dom a Deus na oração, para nós e para os outros” que assim conseguiremos viver na graça do amor mútuo, sem preconceitos e fundamentalismos, respeitando as diversidades que nos circulam em meio a sociedade que vivemos.
* Walmyr Júnior é graduado em História pela PUC-RJ e representou a sociedade civil em encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.
