Viticultores europeus tem medo de perder oportunidade de acordo com Mercosul

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O Secretário Geral do CEEV Ignacio Sánchez Recarte.

No momento em que as negociações entre Mercosul e União Europeia por um acordo de livre comércio estão numa fase final de negociações os produtores europeus por meio do CEEV, Comitê Europeu das Empresas de Vinho, vêm a público defender o fim da tarifa de importação para os vinhos europeus. Conexão Francesa ouviu Ignacio Sánchez Recarte, o secretário geral do CEEV, que afirmou ainda não saber qual a escolha dos negociadores: cota ou fim da tarifa. O que os produtores defendem é o fim da tarifa de importação de 27% para que os vinhos europeus entrem no Mercosul. A retirada pode ser imediata ou num prazo que não seja longo. A Europa tem a experiência de dois casos. O do acordo com o Japão onde foi imediato e o caso do Vietnam de diminuição progressiva ao longo de 7 anos. Uma cota de 30 milhões de litros não nos atende já que hoje exportamos 37 milhões e devemos exportar 40 milhões este ano.

Para Ignacio Recarte é importante entender que os produtores de vinhos não são multinacionais, eles são um amálgama de pequenos e médios produtores. Para eles as cotas são de difícil aplicação. Os vinhateiros não produzem commodities, cada vinho tem um preço diferente e se destina a um consumidor também diferente. No momento os sete negociadores estão prontos a enviar uma proposta ao comissário europeu da agricultura Phil Hogan. Além da tarifa outro ponto fundamental para os agricultores é a noção de Indicação Geográfica, IG, temos de proteger nossas marcas. Isto faz parte de uma visão global, se não forem aceitas neste acordo como poderemos exigir o mesmo em outras negociações? Tarifa e IG são as questões centrais para os produtores.

Já no aspecto das Barreiras Técnicas do Trade, TBT, me parece que teremos uma evolução bem positiva. Mas são os negociadores que trataram disto num anexo, mas não temos os detalhes. Para os negociadores está tudo certo e definido, mas do ponto de visto dos produtores nem sempre isso é o que gostaríamos. Agora a negociação é política. Esta negociação se arrasta há vinte anos. Temos medo de perder esta oportunidade, queremos o acordo, afirmou o secretário geral Ignacio Sánchez Recarte.

Neste momento as negociações políticas estão acontecendo em Bruxelas. Ontem um jantar de trabalho aconteceu entre os ministros europeus e os do Mercosul, dentre eles a ministra Tereza Cristina do Brasil. Em sua conta no Twiter @TerezaCrisMS a ministra se mostra confiante da qualidade dos produtos brasileiros exportados. O blog está torcendo por um good deal. Santé.