Documento final do Mercosul envia dura mensagem a Caracas

No entanto, não há a menção de sanções a Maduro

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Apesar das expectativas de novas sanções contra a Venezuela, a Cúpula do Mercosul enviou apenas uma dura menagem ao governo de Nicolás Maduro nesta sexta-feira (21). O texto pede que haja uma negociação política entre governo e oposição, mas retirou a ameaça de expulsão.

O documento foi assinado pelos presidentes da Argentina, Mauricio Macri, do Brasil, Michel Temer, do Uruguai, Tabaré Vázquez, do Paraguai, Horacio Cartes, e do Chile, Michelle Bachelet, mas teve a oposição formal da Bolívia de Evo Morales. Apesar de não serem Estados-membros, os dois últimos foram convidados para a Cúpula.

"Os Estados parte do Mercosul e os Estados associados Chile, Colômbia e Guiana, assim como o México, reiteram sua profunda preocupação pelo agravamento da crise política, social e humanitária na República Bolivariana da Venezuela", diz o documento.

Fazendo um "chamado urgente" para que a violência cesses no país, o documento pede a "libertação de todos os detidos por razões políticas, instando ao restabelecimento da ordem institucional, a vigência do Estado de direito e a separação dos poderes".

Em um pedido para governo e oposição, os líderes solicitaram que nenhum deles "façam alguma iniciativa que possa dividir ainda mais a sociedade venezuelana ou agravar conflitos institucionais". O texto ainda afirma que cabe apenas aos venezuelanos a resolver a crise.

A expectativa era de que a reunião pudesse ativar a Cláusula Democrática, que poderia culminar com a expulsão da Venezuela. Mas, como ocorreu no ano passado, Brasil e Argentina ficaram em um posição oposta a do Uruguai, que não defende duras sanções contra os venezuelanos para não prejudicar ainda mais o povo.