Barack Obama chega ao Canadá

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Agência AFP

OTTAWA - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou nesta quinta-feira a Ottawa para uma visita de algumas horas, na primeira viagem ao exterior desde sua chegada ao poder, em janeiro passado. Estados Unidos e Canadá são os principais parceiros comerciais do mundo com trocas estimadas em 1,5 bilhão de dólares por dia. Os Estados Unidos, por sua vez, absorvem 80% das exportações canadenses.

Obama que fez o trajeto, a partir de Washingtom em menos de uma hora e meia, foi recebido ao descer do avião pela governadora-geral do Canadá Michaëlle Jean. De origem haitiana, ela representa a rainha Elizabeth, chefe de Estado em título.

O batismo internacional de Obama no Canadá vai durar menos de sete horas. Mas a vinda de um presidente que possui um total de 80% de opiniões favoráveis no Canadá, ao contrário do predecessor impopular George W. Bush, foi motivo de uma grande efervescência. Centenas de pessoas se reuniram diante do parlamento, na esperança de entrever o visitante ilustre.

- Participamos da História, queremos ver Obama - disse Sandra Skrypczinski, vinda de Toronto com a filha na esperança de ter uma chance. Numerosas outras pessoas também vieram de longe para a ocasião.

A agenda do presidente dos Estados Unidos, além do almoço, inclui uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro Stephen Harper e um encontro com Michael Ignatieff, novo líder do Partido Liberal, principal formação de oposiçao. Harper, que voltou ao poder em outubro, é um conservador ideologicamente mais ligado ao ex-presidente George W. Bush que a Obama.

No entanto, insiste em que as diferenças ideológicas não devem pesar nas relações entre o Canadá e o Estados Unidos e disse esperar que a situação econômica seja o tema central do encontro com Obama.

O encontro entre Obama e Harper vai se concentrar sobre a retomada do crescimento econômico e sobre a criação do emprego, informou o porta-voz do premier canadense. O meio ambiente, assim como a energia e o Afeganistão devem ser temas da visita.

Antes da visita, em entrevista ao canal público canadense CBC, o presidente Barack Obama afirmou que os Estados Unidos vão respeitar suas obrigações internacionais na aplicação do gigantesco plano de retomada econômica de 787 bilhões de dólares que promulgou na terça-feira.

- Vamos respeitar nossas obrigações em virtude da OMC (Organização Mundial do Comércio) e do Acordo de livre comércio norte-americano (Alena), como sempre fizemos - declarou na entrevista.

Sobre a cláusula protecionista "Buy America" (Compre Américan) do plano de retomada e sobre as preocupações que ela gerou entre os canadenses, Obama acrescentou: "Acho que eles não devem se preocupar muito com isso".

- Meu governo está determinado a fazer de forma que, mesmo quando tomarmos medidas para reforçar a economia americana, o faremos de tal forma que com o tempo, elas reforçarão a capacidade de nossos parceiros comerciais, como o Canadá - disse.

A cláusula, violentamente criticada pela comunidade internacional, foi atenuada na versão final do plano, que determina que ela deve ser aplicada de acordo com as leis e tratados comerciais existentes, ou seja, as regras da OMC.

Num primeiro momento, a Câmara dos representantes pretendia interditar qualquer compra de aço, ferro e produtos manufaturados estrangeiros para projetos financiados no quadro do plano de retomada econômica.