Aliado de Pablo Escobar é condenado por morte de candidato colombiano
REUTERS
BOGOTÁ - Um juiz da Colômbia condenou a 24 anos de prisão nesta quinta-feira um veterano líder político que sugeriu ao ex-chefe do Cartel de Medellín Pablo Escobar assassinar o candidato presidencial Luis Carlos Galán, um crime que comoveu o país em 1989.
A sentença contra Alberto Santofimio pelo homicídio agravado pelos fins terroristas comprova o vínculo entre a classe política e o narcotráfico para matar Galán, candidato do Partido Liberal e favorito para ganhar aa eleição presidencial de 1990, de acordo com fontes judiciais.
O carismático candidato foi assassinado com dois de seus seguranças quando assistia a uma manifestação política no município de Soacha, nos arredores de Bogotá.
O assassinato chocou o país, e as autoridades acusaram o Cartel de Medellín, que era dirigido pelos ex-narcotraficantes Pablo Escobar e José Gonzalo Rodríguez, conhecido por 'El Mexicano', que segundo testemunhas viam em Galán uma ameaça por apoiar a extradição.
O candidato apoiava a extradição como mecanismo de luta contra o narcotráfico e expulsou Escobar de seu movimento político nos anos 1980.
Santofimio, 63 anos, foi preso em maio de 2005. A principal prova contra ele foram testemunhos de John Jairo Velásquez, conhecido como 'Popeye', um antigo líder de pistoleiros a serviço de Escobar e do político Carlos Alberto Oviedo.
Os testemunhas coincidiram com o fato de que Santofimio foi a pessoa que convenceu Escobar para dar a ordem de assassinar Galán.
O senador Juan Manuel Galán, filho do candidato assassinado, disse que a sentença é um passo para se fazer justiça, mas que há mais pessoas envolvidas no crime que devem ser desmascaradas.
Um livro recém-lançado da ex-modelo e jornalista Virginia Vallejo, que mora nos Estados Unidos e admitiu ter sido amante de Escobar, afirma que Santofimio recomendou a Escobar assassinar Galán, mas seu testemunho não foi levado em conta pelo juiz.
