Morte no roteiro turístico de Roma

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Ruínas do Largo di Torre Argentina, em Roma, serão abertas à visitação após reforma

O Largo di Torre Argentina, local onde o imperador romano Julio Cesar foi assassinado, fará parte do roteiro turístico da capital da Itália. Segundo a prefeita de Roma, Virginia Raggi, a previsão de abertura é em 2021.

Descoberto pelo ditador Benito Mussolini em 1920, o espaço está abandonado há anos e suas ruínas - abaixo do nível da rua - passam despercebidas pela maioria dos romanos. O local hoje é conhecido como a região da cidade com mais gatos por metro quadrado - inclusive com um abrigo para uma colônia e um santuário para os felinos. O local já abrigou quatro templos romanos e está ligado ao Teatro de Pompeu, o primeiro teatro permanente de Roma.

Historiadores acreditam que este é o local onde o imperador Júlio César foi morto em 44 aC. O romano levou 23 facadas na Cúria do Teatro - uma assembleia do Senado. Os senadores tinham medo de que ele retomasse a monarquia e se restabelecesse como rei.

A reabertura é promovida pela grife de joias italiana Bulgari, que já revitalizou outros espaços em Roma. No projeto, está previsto a instalação de passarelas sinalizadas, cartazes e placas, além de elevador e iluminação noturna - em uma espécie de museu à céu aberto. Para preservar o espaço dos gatos, o chamado Templo D - principal moradia dos felinos - terá o "mínimo" de reformas. Estima-se que serão gastos mais de R$ 4 milhões.

A iniciativa se relaciona com a tendência do chamado "turismo escuro", em que turistas buscam visitar locais relacionados a mortes e à destruição.