Pé na areia: Evandro Mesquita fala sobre show de 30 anos da Blitz, hoje, no Rio

Em show gratuito na praia de Ipanema, banda gravará DVD comemorativo neste domingo (16)

Por Com Pedro Willmersdorf

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Nos anos 80, o rock fervilhava no clima seco do Planalto Central, mas, no Rio de Janeiro, ele nascia e crescia bem pertinho do mar, no Arpoador. Foi naquele canto da praia de Ipanema que nasceu o Circo Voador e a Blitz, que, após trinta anos, com corpinho de 18, volta às areias hoje (16) para o histórico show gratuito de gravação de seu DVD comemorativo.  

Às 19h, Evandro Mesquita, Billy, Juba, Rogério Meanda, Claudia Niemeyer, Andrea Coutinho e Giovana Cursino se preparam para acompanhar o pôr-do-sol em cima do palco montado no Posto 10, em frente ao Jardim de Alá. A festa migrou do Arpoador para a fronteira entre Ipanema e o Leblon por questões práticas: "A ideia inicial era fazer no Arpoador, onde 'nascemos', mas ia ficar apertado. O Arpoador está quase sem areia, tem o posto salva vidas na frente e coqueiros em tamanho médio, o que atrapalharia a visão e conforto do público. No posto 10 será ideal, com o Dois Irmãos ao fundo e Arpoador na frente. A faixa de areia é mais confortável para produção e público", nos explica Evandro, que escalou Rodrigo Sha para ficar responsável pelo sax e flauta.

Por mais que esta seja uma festa do rock bem humorado da Blitz, com direito a clássicos como 'Weekend', 'Você não soube me amar', 'Dois passos do paraíso', 'Mais uma de amor' (melhor conhecida como 'Geme geme') e 'O beijo da mulher aranha', o samba das quadras também terá (muito) espaço. Ivo Meireles e a bateria da Mangueira se acomodarão ao lado das guitarras, assim como Andrezinho, representando a Mocidade Independente de Padre Miguel - que, se tudo der certo, levará toda a Blitz à Marquês de Sapucaí no Carnaval 2013, desfilando o enredo em homenagem ao Rock in Rio. "Ensaiamos bastante e essa miragem do samba com o rock será uma grande e agradável surpresa. Samba na veia!", conta. 

É melhor que os fãs mais xiitas do rock não torçam o nariz para a mistura que tem a cara do Rio de Janeiro (afinal, aqui tudo acaba em samba) porque a Blitz adora reinvenções e não acredita nessa ladainha de 'o rock acabou'. "Ainda não me avisaram que o rock acabou. Tentam engessar o rock desde Chuck Berry. Enquanto houver garagem... tem Rock", acredita o líder da banda, que sempre consegue abraçar várias gerações de fãs com suas músicas - fãs que, às vezes, chegam através da admiração por Paulão, personagem de Evandro em 'A grande família'. "Paulão é muito querido pelo público, sinto isso nos shows da Blitz por todo pais e isso é gratificante. Um personagem que não está entre os principais e tem tanto carinho. Fico orgulhoso e agradecido", diz Evandro, ansioso para dar seus dois passos rumo ao paraíso, ou melhor, ao palco montado nas areias de Ipanema.

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