Entenda porque o River começa o torneio ameaçado pelo rebaixamento
Diego Garcia, Portal Terra
DA REDAÇ O - O River Plate entra em campo às 14h deste sábado, contra o Tigre, no Monumental de Nuñez, e inicia a luta contra o primeiro rebaixamento de sua história. A equipe de Buenos Aires já começa o torneio na "zona da morte", pois o sistema de relegados à segunda divisão local é diferente das demais Ligas espalhadas pelo mundo.
O método consiste em uma equação maluca, onde somam-se os pontos das últimas três temporadas - ou seja, a temporada 2010-2011 que está começando agora, com os torneios de 2008-2009 e de 2009-2010. Depois, esse valor é dividido pelo número total de jogos realizados por cada time. Até o momento, todas agremiações somam 76 partidas, 38 da primeira e 38 da segunda temporada.
O River, por exemplo, somou 84 pontos nos últimos quatro Campeonatos, em 76 jogos disputados (Apertura 2008, Clausura 2009, Apertura 2009 e Clausura 2010). Isso dá uma média de 1,105 pontos por partida, o que deixa o River como o último colocado na atual lista de descenso, à frente apenas de All Boys, Olimpio e Quilmes, que são recém-promovidos e ainda não pontuaram.
No caso desses times, a média é feita de maneira diferente. São computados os resultados obtidos apenas nessa temporada inicial na elite e, no final, estão rebaixados os dois times que obtiverem a pior média, enquanto o 17º e o 18º lugares disputam uma repescagem contra o 3º e 4º colocados da segunda divisão.
Críticas ao método de rebaixamento:
O sistema foi implantado em 1983 e desde então sofre severas críticas. Dizem que o método surgiu devido ao rebaixamento do San Lorenzo, rebaixado em 1981, e que a Federação local instaurou a equação para evitar a queda de novos times grandes, já que seria mais difícil que essas equipes mantenham atuações ruins por seis campeonatos seguidos.
Entretanto, com a implementação do novo sistema, nesse mesmo ano de 83 caiu para a Nacional B o Racing Club, tradicional equipe de Avelanneda, mas salvou-se o River Plate, que fez uma campanha ruim na temporada. Entre outros aspectos negativos defendidos pelos opositores do método, está a tese de que o incidente obriga as equipes recém promovidas a realizar uma primeira temporada praticamente perfeita para não voltar ao calvário da segunda divisão.
Aspecto positivo do sistema:
Os defensores do método apontam que o sistema, de certa forma, favorece as equipes pequenas e do interior da Argentina, que podem alcançar competições continentais sem se preocupar com uma má campanha no torneio nacional - desde que tenham feito boas trajetórias em temporadas anteriores. Isso, porque como são times de menos expressão, logo possuem um poderio econômico menor e condições inferiores do que os clubes grandes de disputar duas competições de forma simultânea.
Como começa a tabela do descenso:
Antes de começar o torneio argentino, a lista de rebaixamento começa da seguinte forma, com a equação do descenso já elaborada da maneira correta. Confira abaixo a atual situação precária que vive o River Plate. Vale lembrar que, mesmo que o clube conquiste o título do Apertura ainda pode ser rebaixado no Clausura, já que computa pontuações pífias nos últimos anos.
1º Lanús - 76 jogos, 135 pontos, 1,776 de média
2º Estudiantes - 76 jogos, 128 pontos, 1,684 de média
3º Vélez Sársfield - 76 jogos, 127 pontos, 1,671 de média
4º Newell´s Old Boys - 76 jogos, 121 pontos, 1,592 de média
5º Banfield - 76 jogos, 119 pontos, 1,566 de média
6º San Lorenzo - 76 jogos, 115 pontos, 1,513 de média
7º Colón - 76 jogos, 112 pontos, 1,474 de média
8º Argentinos Juniors - 76 jogos, 111 pontos, 1,461 de média
9º Boca Juniors - 76 jogos, 108 pontos, 1,421 de média
10º Independiente - 76 jogos, 107 pontos, 1,408 de média
11º Godoy Cruz - 76 jogos, 102 pontos, 1,342 de média
12º Racing Club - 76 jogos, 98 pontos, 1,289 de média
13º Huracán - 76 jogos, 95 pontos, 1,250 de média
14º Tigre - 76 jogos, 94 pontos, 1,237 de média
15º Arsenal de Sarandí - 76 jogos, 92 pontos, 1,211 de média
16º Gimnasia y Esgrima
