Ao lado de Phelps, Thiago Pereira está na semifinal dos 200m medley
Agência JB
MELBOURNE - No melhor dia de eliminatórias desde o início da competição, a natação brasileira colocou três nadadores em semifinais, a serem disputadas na manhã desta quarta-feira. Thiago Pereira, com a 3ª melhor marca nos 200m medley (1m59s39); César Cielo, com o 9º tempo dos 100m livre (49s28); e Fabíola Molina, com a 13ª marca dos 50m costas e um novo recorde sul-americano (29s04), são as esperanças brasileiras de atingirem a final do dia seguinte (qui, 29/3).
Thiago nadou na última série ao lado de Michael Phelps. O brasileiro chegou a ficar na frente do americano nos três primeiros estilos, procurando não perde-lo de vista, para não correr o risco de ficar de fora da semifinal.
- Nadei tranqüilo e fiquei até surpreso com o tempo (Thiago ficou a 20 centésimos do próprio recorde sul-americano). A prova foi forte, o tempo foi bom para manhã e espero baixar à noite para entrar na final disse Thiago.
Seu treinador, Fernando Vanzella, acredita em desempenho superior na semifinal, mas não arrisca falar em medalha.
- Ele nadou bem e tem tudo para melhorar na semi. Está próximo ao recorde sul-americano e tem chances de quebra-lo. Mas falar em medalha é complicado por tem muita gente nadando bem, como o húngaro Lazlo Cseh (2º tempo, com 1m58s78) e o americano Ryan Lochte, que terminou a prova soltando (diminuindo o ritmo) na série anterior a de Thiago disse Vanzella, sobre Lochte, sexto tempo das eliminatórias, com 1m59s92, atrás do canadense Brian Jones (4º, com 1m59s45) e de outro húngaro, Tamas Kerek Jarto (5º, com 1m59s67). Estes foram os que nadaram abaixo de dois minutos. O último a garantir vaga na semifinal da prova foi o russo Andrey Krylov, com 2m02s30. O outro brasileiro na prova, André Schultz, ficou em 21º lugar em seu primeiro Mundial (2m03s14), e estava conformado com o desempenho, pois fui em setembro para os Estados Unidos, e mudei a minha programação. Até me acostumar leva tempo. Por isso, gostei de meu tempo conclui.
O velocista César Cielo fez 49s28, o suficiente para garantir sua classificação.
- Ninguém deu tudo o que podia. Então eu me segurei também, pra não me preocupar para a semifinal. Até porque está complicado nadar de manhã aqui. Estou acordando sempre indisposto, não sei se é o fuso. Vou me alimentar agora, dormir um pouco, e à noite, tentar vaga na final. Vai ser uma prova forte, pois todos vão abaixar o tempo disse Cielo. Já o outro brasileiro na prova, Nicolas Oliveira, não conseguiu passar de fase, e terminou em 26º, com 49s91. O venezuelano Albert Subirats também é semifinalista, com o 11º tempo, 49s34.
- Nadei mal. Esperava fazer 49s baixo e não deu. Hoje não era o dia. E o pior é que o nível não foi alto, porque a maioria segurou resumiu Nicolas.
Já Fabíola Molina estava contente por mais um recorde continental.
- Esperava baixar o meu recorde. Eu treino muito forte e tenho disciplina. Temos que correr atrás para melhorar tempos e é uma sensação muito gostosa quando conseguimos. Para ser nadador, tem que ter persistência para agüentar as fases ruins e ir colhendo os frutos devagar. Temos que acreditar sempre, não é porque vamos ficando velha, que temos de desistir disse Fabíola, de 31 anos. Seu antigo recorde sul-americano era de 29s25, conquistado em 2005.
Na única prova do dia em que não havia a presença do Brasil, a argentina Georgina Bardach superou sua própria marca sul-americana nos 200m borboleta, com 2m12s45. O recorde anterior era de 2m12s73, de 2004. Apesar do feito, Georgina não conseguiu se garantir na semifinal, ao ficar em 22º lugar. A recordista brasileira da distância é Monique Ferreira, com 2m14s77, desde 2002.
