Marina perde substância se não ficar neutra, diz Rui Falcão

Por

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou nesta terça-feira que a ex-senadora Marina Silva (PSB) perderia “substância política” se escolhesse apoiar um dos dois candidatos que disputam o segundo turno, Dilma Rousseff (PT) ou Aécio Neves (PSDB). O petista demonstrou preferência pela neutralidade da terceira colocada, inclinada em apoiar o tucano, e ressaltou que a campanha do PSDB também desferiu ataques contra a ex-senadora.

O presidente do PT disse que vai respeitar o período da definição do apoio do PSB e que poderia incluir propostas de Marina no programa de governo de Dilma, desde que sejam compatíveis. “Se forem ações que não comprometam o centro do nosso ideário político, não tem problema”, disse. Questionado sobre a proposta da pessebista para o fim da reeleição, o petista limitou-se a dizer que é “pessoalmente contra”.

Para Falcão, a campanha do tucano também contribuiu para a desidratação da campanha de Marina no primeiro turno, que chegou a ficar empatada tecnicamente com a petista nas pesquisas de intenção de voto.

“A candidata que ia à frente nas pesquisas, e parecia ser nossa adversária, apresentou propostas das quais nós discordávamos. Apontamos nossa discordância e ela mesma produziu algumas contradições. E o candidato do PSDB tinha mais estrutura, soube se colocar no momento exato, também contribuiu para que ela declinasse, porque ele também fez muitas críticas contra ela, inclusive dizendo que ela foi do PT, o que é verdadeiro”, disse o presidente do partido.

O discurso de que Aécio também criticou Marina foi endossado por outros petistas antes da reunião. “Quem derrotou a Marina não foi a Dilma, foi o Aécio. Os ataques e a tentativa de desconstrução da Marina foi o PSDB”, disse o governador da Bahia, Jacques Wagner.

A reunião para avaliar a estratégia do segundo turno reúne 40 pessoas, entre a presidente Dilma, o vice Michel Temer, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Relações Institucionais), além de candidatos eleitos, presidentes de partidos aliados, governadores e senadores.

Giro pelo Nordeste 

Enquanto o PT tenta reavaliar a campanha em São Paulo, Dilma fará nesta semana um giro pelo Nordeste, região onde o PT recebe tradicionalmente a maior votação. Na próxima quinta-feira, o uma reunião em São Paulo vai definir a estratégia no Estado.

Amanhã, a presidente viaja para o Piauí e Paraíba. Na quinta-feira, a previsão é que Dilma tenha agenda de campanha em Salvador, Sergipe e Alagoas.