Oi registra novas perdas no rastro da fusão com Portugal Telecom

Suspensão de assembleia levou a queda de 13,5% no valor de mercado da brasileira

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A suspensão da assembleia de acionistas da Portugal Telecom SGPS gerou uma perda de 13,5% no valor de mercado da Oi -- que já não estava alto desde a fusão com a operadora de telecomunicações portuguesa -- nesta segunda-feira (12). A empresa passou a valer R$ 5 bilhões, de acordo com informações do Valor. A Telefônica Vivo, por exemplo, tem um valor de mercado de R$ 50 bilhões, e a TIM, de R$ 28,5 bi. No mesmo dia, as ações ordinárias da brasileira caíram quase 14% na bolsa. Nesta terça-feira (13), voltaram a cair, com decréscimo de 2,27%.

A assembleia, que determinaria a venda dos ativos da Portugal Telecom ao grupo francês Altice, foi adiada para o dia 22, aguçando os temores dos que veem a operação como crucial para equacionar as contas da Oi. Há o risco do negócio ser adiado por um período maior. 

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O processo de internacionalização da Portugal Telecom, iniciado em 1997, esbarra com o mercado brasileiro de telecomunicações em 1998, com a aquisição de importantes entidades, como a Telesp Celular, Telesp Fixa e a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Uma das etapas de privatização no Brasil aconteceu no governo de Fernando Henrique Cardoso, tendo como marco a aprovação da Lei de Concessões, em fevereiro de 1995. O objetivo era criar regras gerais para o governo conceder a terceiros o direito de explorar a produção de serviços públicos, a exemplo do setor de geração de energia elétrica e de telecomunicações. A privatização dessas áreas exigiu um esquema complexo de regulação, para alcançar a maior competição do setor, na promessa de eliminação do monopólio público. A maioria dos compromissos de investimento feitos pela Portugal Telecom na época ainda estão no papel.