Após Petrobras adiar divulgação de balanço, Bovespa opera em queda 

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda nesta sexta-feira (14), após a Petrobras adiar a divulgação do balanço da companhia referente ao terceiro trimestre, que era esperado para a noite desta sexta. 

Por volta das 11h50, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caía 1,74%, a 50.939 pontos.

As ações da Petrobras tiveram o início de seus negócios adiado em mais de uma hora. Elas chegaram a operar em queda de quase 5% e passaram a 4,49% por volta do mesmo horário. No mercado de câmbio, o dólar opera em alta pelo quarto dia seguido, ultrapassando a barreira dos R$ 2,60.

A Petrobras informou, na noite de quinta-feira (13), que não irá apresentar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 com o relatório de revisão dos seus auditores externos, PricewaterhouseCoopers (PwC) no prazo previsto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A estatal enviou comunicado  à CVM afirmando que "a companhia não está pronta para divulgar as demonstrações contábeis referentes ao terceiro trimestre de 2014 nesta data". Pela manhã, a Petrobras comunicou que as informações referentes ao terceiro trimestre de 2014 serão divulgadas na próxima segunda-feira (17).

A empresa esclarece que, como é de conhecimento público, a Petrobras passa por um momento único em sua história, em face das denúncias e investigações decorrentes da Operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal, na qual o ex-diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e está sendo investigado pelos crimes de corrupção, peculato, dentre outros.

Diante de tal cenário, e considerando o teor do depoimento do ex-diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa à Justiça Federal, em 8 de outubro de 2014, quando fez declarações que, se verdadeiras, podem impactar potencialmente as demonstrações contábeis da companhia, a Petrobras vem adotando diversas providências que visam ao aprofundamento das investigações.

A Petrobras celebrou contratos, em 24 e 25 de outubro de 2014, com dois escritórios de advocacia independentes especializados em investigação, um brasileiro, Trench, Rossi e Watanabe Advogados e, outro norte-americano, Gibson, Dunn & Crutcher LLP, tendo por objetivo apurar a natureza, a extensão e os impactos dos atos que tenham sido cometidos no contexto das alegações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, bem como apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto relevante sobre os negócios da companhia. Tal contratação foi recomendada pelo Comitê de Auditoria em conformidade com as práticas internacionais e autorizada pela diretoria executiva da Petrobras.

Entretanto, em decorrência do tempo necessário para se obter maior aprofundamento nas investigações em curso pelos escritórios contratados, proceder aos possíveis ajustes nas demonstrações contábeis com base nas denúncias e investigações relacionadas à “Operação Lava Jato”; e avaliar a necessidade de melhorias nos controles internos, a companhia não está pronta para divulgar as demonstrações contábeis referentes ao terceiro trimestre de 2014 nesta data.

Com Agência Brasil