Bolsas dos EUA fecham em alta após discurso de Bernanke

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Os ganhos dominaram as principais bolsas de valores dos Estados Unidos, mas esse movimento não foi observado durante toda a sessão desta sexta-feira. No final do dia, o índice Dow Jones Industrial Average cresceu 1,21%, aos 11.284 pontos. O S&P 500 valorizou 1,51%, aos 1.176 pontos. E na bolsa eletrônica, o índice composto Nasdaq expandiu 2,49%, aos 2.479 pontos.

Os investidores operaram durante toda essa semana na expectativa de que o presidente do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA), Ben Bernanke, anunciasse hoje medidas de estímulo econômico no discurso realizado em Jackson Hole.

As expectativas, no entanto, não se confirmaram e logo após o discurso as bolsas de valores dos Estados Unidos se aproximaram de quedas em torno de 2%.

Bernanke afirmou nesta sexta-feira que a instituição fará "todo o possível" para garantir o crescimento e a estabilidade de preços, mas convocou os congressistas a adotar medidas de reativação orçamentária, considerando que eles dispõem de mais margem para fazê-lo.

“O Fed não anunciou nada de novo e isso mexeu com o humor dos investidores, mas eles fizeram uma releitura do discurso e se apoiaram em informações que o órgão vai estudar uma medida adicional no próximo mês”, analisou Pedro Galdi, analista de investimentos da SLW Corretora.

E a partir dessa leitura, segundo Galdi, as principais praças acionárias mundiais começaram a recuperar as perdas, no entanto, “não dá para afirmar que a tendência é de recuperação, pelo contrario, o momento ainda é de volatilidade”, acrescentou o analista de investimentos da SLW Corretora.

Neste sentido, Adriano Moreno, estrategista da Futura Investimentos, afirmou que apesar do Fed não ter anunciado nenhum estímulo econômico, o discurso dele foi alinhado com ideia que a economia norte-americana não sofrerá um ‘duplo mergulho’ e que “ele [o Fed] ainda vai avaliar no próximo mês se haverá a necessidade de novas medidas”.

Desta forma, os indicadores econômicos ficaram em segundo plano. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 1% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo informações divulgadas hoje pelo Departamento de Comércio do país. Analistas previam alta de 1,1%, e a estimativa anterior apontou crescimento de 1,3%.

Neste sentido, a confiança do consumidor norte-americana melhorou em agosto deste ano, de acordo com informações da Universidade de Michigan. O indicador passou de 54,9 na leitura anterior para 55,7 em agosto. Analistas previam 55,8.

“No fundo o que movimento o mercado não é o fundamento, mas a aversão ao risco e esse quadro ainda deve se manter”, disse o estrategista da Futura Investimentos.

Hoje ainda, o presidente americano, Barack Obama, convocou os americanos a tomar precauções imediatas diante do avanço sobre a costa  leste do país do furacão Irene, e pediu que eles estejam atentos às ordens de evacuação.