Crocs avalia terceirizar a fabricação no Brasil
Wilson Gotardello Filho, Jornal do Brasil
SÃO PAULO - Um ano e meio depois de inaugurar uma unidade de produção em Sorocaba (SP), a fabricante de calçados americana Crocs realizou uma reestruturação de suas operações no mundo e acabou com a produção no Brasil. No entanto, o desempenho das vendas dos sapatos da marca no país quase duplicou em 2008. Agora, após assumir a presidência da companhia para a América Latina, Andrew Schmitt, que antes respondia pela diretoria de marketing e vendas, revelou planos para voltar a produzir localmente, mas com terceiros.
Estamos negociando com algumas empresas, investigando as possibilidades. Seria para atender ao mercado do Brasil e dos outros países da América Latina. Os fabricantes de calçados da região Sul do concentram a produção de muitas marcas e conseguem diminuir os custos afirmou. Segundo o executivo, a produção local terceirizada pode começar ainda este ano. Hoje, o mercado nacional é atendido pelas fábricas do México e da China.
Schmitt contou que a decisão de migrar a operação brasileira para um modelo de vendas e marketing foi impulsionada pelo agravamento da crise no final do ano passado. Apesar do crescimento no Brasil, Schmitt contou que a demanda nos mercados dos EUA e da Europa que a fábrica brasileira também atendia apresentou forte queda. Segundo o executivo, que presidiu a operação brasileira da alemã Puma até 2007, a decisão de inaugurar a fábrica pode ter sido precipitada.
Mais conhecida pelo modelo tradicional, chamado Beach, a Crocs quer diversificar cada vez mais o portfólio no Brasil. No final de 2008, a fabricante comercializava 39 modelos. Atualmente já possui 62 modelos no mercado e a meta, segundo Schmitt, é terminar 2009 com 100 modelos de sapatos diferentes no mercado nacional.
Além de aumentar a quantidade de modelos, a fabricante também quer ampliar o número das lojas da marca no Brasil. Hoje, a Crocs possui três em Brasília (uma em construção, prevista para o próximo mês) e uma em Goiânia, além de oito quiosques espalhados pelo País. A meta, segundo Schmitt, é terminar 2009 com pelo menos 15 lojas da marca.
