Pertencer a família numerosa prejudica expectativas econômicas
Agência EFE
PARIS - Um estudo do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (INSEE) francês ressaltou que uma família numerosa afeta de maneira negativa as expectativas de promoção econômica do indivíduo.
O relatório foi apresentado nesta quinta-feira e faz parte dos 'Retratos sociais' que o INSEE elabora periodicamente e, nesta ocasião, optou pela primeira vez por analisar a influência de uma família constituída por pelo menos três irmãos.
Segundo o documento, nas famílias numerosas com pelo menos quatro irmãos até 55% dos filhos de operários repetem a profissão do pai, mas a taxa se reduz para 36% quando os filhos têm apenas um irmão ou irmã.
Essa situação é favorecida pelas condições materiais nas quais as famílias se encontram e são relacionadas a fatores como a pouca renda com a qual os filhos são criados, seu acesso antecipado ao mercado de trabalho, a possibilidade de ter um quarto próprio na qual estudar com mais tranqüilidade ou o tempo que os pais dedicam a eles.
Do ponto de vista material, a presença de muitos irmãos pode influenciar também em questões como a repartição de uma herança, que faz com que a renda obtida dessa forma seja menor.
As famílias numerosas na França estão presentes principalmente nas zonas rurais e nas cidades com menos de 20 mil habitantes, e sua principal renda procede de um pai agricultor ou operário, enquanto a mãe se dedica às tarefas do lar.
O estudo do INSEE reiterou o dado de que existem pouco mais de sete milhões de pobres no país, considerando as pessoas que recebem 60% abaixo da renda média, que no caso da França representa 817 euros por mês.
Segundo o 'retrato' anual feito pelo Instituto, em 2006 foi registrado um desemprego em baixa, uma inflação moderada e uma estagnação na redução das desigualdades do nível de vida.
