Petrobras compra Suzano Petroquímica por R$2,1 bi

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REUTERS

SÃO PAULO E RIO - A Suzano Holding anunciou nesta sexta-feira a venda de sua petroquímica à Petrobras, por 2,1 bilhões de reais.

A transação dá sequência ao movimento de consolidação no setor petroquímico brasileiro. A Petrobras é a principal fornecedora de nafta no país, matéria-prima para a indústria petroquímica.

Em março, a própria Petrobras, em parceria com o grupo Ultra e a Braskem, adquiriu os ativos do grupo Ipiranga por cerca de 4 bilhões de dólares. Os negócios petroquímicos da Ipiranga ficaram com as duas primeiras compradoras.

Naquele mesmo mês, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a estatal iria intensificar conversas com a Suzano Petroquímica e a Unipar para a criação de um pólo petroquímico no Sudeste, após a consolidação no Sul.

O executivo disse ainda que a Petrobras estava conversando 'há algum tempo' com a Suzano e a Unipar e que iria 'aprofundar essas discussões buscando integração e sinergia'.

O analista Luiz Otavio Broad, da corretora Ágora, contudo, disse que não esperava um movimento de compra da Suzano Petroquímica pela Petrobras.

- É uma surpresa, mostra uma reestatização forte do setor. Ela (Petrobras) tinha anunciado que teria posição forte no setor petroquímico, mas não como controladora. É uma virada em relação ao que o mercado estava esperando - disse Broad.

A Petrobras praticamente saiu da petroquímica na década de 1990, quando foi iniciada a privatização do setor com a venda de empresas da companhia. Em 2004, a petrolífera anunciou que retomaria investimentos no setor, como parceira.

A negociação das ações da Suzano Petroquímica na Bolsa de Valores de São Paulo foram suspensas durante a tarde. A ação preferencial da Suzano Petroquímica subia 1,58 por cento, para 5,79 reais, quando a negociação foi interrompida.

A Suzano Petroquímica, segunda maior produtora de resinas plásticas do país depois da Braskem, teve lucro líquido recorde de 71,5 milhões de reais no segundo trimestre.

A empresa possui capacidade para produção de 685 mil toneladas por ano de polipropileno, distribuída em suas três unidades industriais em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Por meio de expansão nas unidades de Mauá (SP) e Duque de Caxias (RJ), a capacidade de produção da Suzano será ampliada em mais 190 mil toneladas por ano até 2008, segundo informações do site da companhia.

A Suzano e a Petrobras são sócias na Rio Polímeros (Riopol, complexo petroquímico no Rio de Janeiro). A primeira tem participação de 33 por cento do negócio, enquanto a estatal petrolífera detém 16,7 por cento.