Cobre é 'novo petróleo' e baixos estoques podem elevar preços nos próximos anos, dizem analistas

O estrategista de commodities do Bank of America, Michael Widmer, destacou que os estoques medidos em toneladas estão agora nos níveis vistos 15 anos atrás

Por JORNAL DO BRASIL

Funcionário em uma fábrica de cabos de cobre na China

Dados os estoques esgotados e o ambiente fundamental, Widmer disse que o cobre pode subir para US$ 13.000 (R$ 67,5 mil) por tonelada nos próximos anos, após recentemente ter atingido US$ 10.000 (R$ 52 mil) pela primeira vez em uma década. David Neuhauser, fundador e diretor-gerente do fundo hedge dos EUA Livermore Partners, disse à CNBC que o cobre é "o novo petróleo".

O mundo corre o risco de "ficar sem cobre" em meio ao aumento dos déficits de oferta e demanda, de acordo com o Bank of America, e os preços podem chegar a US$ 20 mil (mais de R$ 104 mil) por tonelada métrica em 2025.

O estrategista de commodities do Bank of America, Michael Widmer, disse na semana passada que os estoques de cobre medidos em toneladas estão agora nos níveis observados há 15 anos, o que implica que cobrem pouco mais de três semanas de demanda.

Isso ocorre em um momento em que a economia global está começando a se abrir e se reabrir. "Ligado a isso, prevemos déficits do mercado de cobre e novas quedas de estoque neste ano e no próximo […] há um risco de retrocesso, impulsionado por uma alta nos preços próximos, pode aumentar", disse Widmer.

Backwardation é quando um ativo subjacente é negociado a um preço mais alto do que o mercado futuro para aquele ativo. Widmer também destacou que um aumento na volatilidade resultante da queda dos estoques não era sem precedentes, uma vez que a escassez de níquel nos armazéns da LME em 2006 e 2007 elevou os preços do níquel para mais de 300%.

Após os déficits em 2021 e 2022, o Bank of America espera que o mercado de cobre se reequilibre em 2023 e 2024 antes de novas quedas, e uma nova redução nos estoques a partir de 2025.

"Em nossa opinião, o fornecimento de sucata é crítico e nossa análise sugere que o uso de sucata em fundições e refinarias pode aumentar de cerca de 4.200 toneladas em 2016 para 6.700 toneladas até 2025", previu Widmer.

'O novo petróleo'
Junto com a recuperação econômica mais ampla, a demanda do cobre também está sendo impulsionada por seu papel vital em uma série de setores industriais de rápido crescimento, como baterias de veículos elétricos e fiação de semicondutores.

David Neuhauser, fundador e diretor administrativo do fundo de hedge dos EUA Livermore Partners, disse à CNBC que os metais estavam recebendo um vento a favor de um dólar mais fraco e movimentos crescentes em direção à infraestrutura verde.

Os preços das commodities subiram 3% em abril, levando o índice global a subir 80% desde abril de 2020. "Acho que o cobre é o novo petróleo e acho que o cobre, nos próximos cinco a dez anos, parecerá tremendo com o potencial de US$ 20 mil [mais de R$ 104 mil na cotação atual] por tonelada métrica", considerou Neuhauser.(com agência Sputnik Brasil)