Bolsonaro pede pacto pelo país

Em cadeia nacional, ao falar da Nova Previdência, que apresentou pela manhã ao Congresso, o presidente Jair Bolsonaro fez apelo por "um pacto pelo país"

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Guedes defende a reforma no Fórum de Governadores, no Centro Internacional de Convenções do Brasil

Bolsonaro, que quando era deputado votou sete vezes contra propostas de ajuste nos governo FHC, Lula e Dilma, incluindo o fator previdenciário, disse ontem que a proposta "é fundamental para equilibrarmos as contas do país". "Estamos determinados a mudar o rumo do nosso país. Nossos objetivos são claros: resgatar a nossa segurança, fazer a economia crescer novamente e servir a quem realmente manda no país: a população brasileira", afirmou o presidente.

E continuou: "Estou convicto que nós temos um pacto pelo país e que, juntos, cada um com sua parcela de contribuição, mudaremos nossa história"

Mudança de posição

Na Câmara, votou contra todas as versões da proposta de reforma da Previdência levadas ao plenário no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em 2003, o deputado apontou contradições no discurso do PT quando o presidente Lula encaminhou ao Legislativo a proposta de reforma previdenciária. Bolsonaro votou contra, mas a reforma foi aprovada. O então deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), hoje ministro-chefe da Casa Civil, também foi contra às alterações.

Em 2009, no 2º mandato de Lula, a Câmara aprovou o fim do fator previdenciário criado na gestão de FHC. Bolsonaro e Onyx se juntaram à maioria dos colegas e votaram para derrubar o fator. Lula vetou a mudança e manteve o dispositivo.

Três anos depois, em 2012, a presidente Dilma sancionou lei que limitou a aposentadoria de novos servidores da União ao teto do INSS e criou um plano de previdência complementar. Bolsonaro também ficou contra.

Em 2015, porém, Bolsonaro votou a favor da fórmula 85/95, que criou brechas para substituição do fator previdenciário. O novo modelo permitiu que beneficiários da Previdência se aposentassem com valor integral, sem a incidência do fator, se a soma da idade com tempo de contribuição ao INSS chegasse a 95 anos no caso de homens e de 85, no de mulheres.

Guedes critica corporativismo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que o Poder Executivo, a Câmara e o Senado estão trabalhando juntos na reforma da Previdência. "Nós encaminhamos, demos o tiro inicial, isso vai circular na Câmara, para dar sugestões, os governadores deram sugestões, é o rito normal", afirmou em entrevista na portaria do ministério, em Brasília. "Alguma flexibilização, um ponto ou outro para flexibilizar a situação dos estados, evidentemente estamos preocupados", acrescentou.

Guedes resdaltou a recepção positiva ao projeto. " A recepção dos governadores foi extraordinária, o papel do (presidente da Câmara, Rodrigo) Maia foi excepcional, o papel do (presidente do Senado) Davi (Alcolumbre) foi excepcional na reforma. Tanto a Casa do Povo quanto o Senado receberam extraordinariamente bem", disse Guedes. "Os prefeitos têm vindo aqui, conversar, conversamos com mais de 30. Todos apoiam integralmente".

Mas Guedes advertiu que "grupos de interesses corporativos privilegiados têm impedido a reforma há décadas". Guedes afirmou ainda que "menos de 6 milhões de pessoas têm impedido uma reforma que pode ajudar 200 milhões de brasileiros" "E estes menos de 6 milhões têm tido sucesso porque mentem, jogam com falsidades, com coisas que não são corretas, e a mídia tem que esclarecer isso." (Com Estadão Conteúdo)