Um dos mais importantes críticos de arte brasileiros tem obra reunida pela primeira vez

Livro reúne um amplo panorama da produção de Francisco Bittencourt

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Um dos mais importantes e atuantes críticos de arte do Brasil na década de 1970, Francisco Bittencourt (1933 - 1997), terá sua produção reunida pela primeira vez no livro “Francisco Bittencourt: Arte-Dinamite” (Editora Tamanduá Arte), organizado pela curadora e crítica de arte Fernanda Lopes e pelo escritor Aristóteles Angheben Predebon, detentor dos direitos de publicação da obra do crítico. 

Com cerca de 550 páginas, o livro  apresentará um amplo panorama da produção de Francisco Bittencourt, que escreveu no Jornal do Brasil e na Tribuna da Imprensa, no Rio de Janeiro, e no Correio do Povo, no Rio Grande do Sul. Haverá, ainda, uma entrevista concedida ao crítico a António Celestino, em 1975, publicada no jornal Tribuna da Imprensa. O lançamento será no dia 10 de dezembro, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e será seguido de debate com os organizadores e o crítico de arte Frederico de Morais. O livro tem patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura, através do edital Viva a Arte!

Francisco Bittencourt foi um dos principais nomes da crítica de arte no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, durante os anos 1970. Foi um dos mais importantes defensores e divulgadores da geração de artistas plásticos que surgia e se consolidava naquela época, como Antonio Manuel, Anna Bella Geiger, Artur Barrio, Ascanio MMM, Cildo Meireles, Ivald Granato, Lygia Pape, Raymundo Colares, entre outros. É dele uma das expressões mais marcantes usadas até hoje para se pensar a produção artística brasileira nos anos 1970: “Geração Tranca-Ruas”.

“Os textos de Francisco Bittencourt são resultado do esforço, do exercício de pensar para além das convenções e dos modelos até então instituídos e compartilhados pelo cenário artístico brasileiro, contribuindo de maneira definitiva para o debate mais efervescente da arte brasileira, naquele momento e ainda hoje”, diz Fernanda Lopes.  “É impressionante (e muito revelador) como os temas tratados por Bittencourt há mais de quatro décadas permanecem extremamente atuais”, ressalta.