MIMO Festival estréia no Rio de janeiro com 20 concertos, filmes e workshops

Maior festival de música instrumental do Brasil acontecerá entre os dias 13 e 15 de novembro, com shows de nomes como Bombino, o “Hendrix do Saara”, o bluesman malinês Boubacar Traoré, o luso-angolano Batida, Tom Zé e Alceu Valença 

Durante três dias, o Rio de Janeiro será palco de encontros musicais nacionais e internacionais, terá a exibição de filmes inéditos e a realização de workshops com grandes nomes da música do mundo, através do MIMO Festival. Em comemoração aos 450 anos da cidade, o maior festival de música instrumental no Brasil celebrará a história do Rio de Janeiro com uma vasta programação, inteiramente gratuita, nos principais espaços do patrimônio histórico carioca. Entre os dias 13 e 15 de novembro, serão apresentados 20 concertos, exibidos 23 filmes e realizadas 20 atividades educativas, entre workshops e aulas-espetáculo, no Parque Lage, Museu da República, Cine Odeon, Igreja da Candelária, Igreja da Penha, Outeiro da Glória, Sala Cecília Meireles, Espaço Guiomar Novaes e Espaço Cultural BNDES.  Dirigido por Lu Araújo e Luiz Calainho, a 12ª edição do festival é apresentada pelo Bradesco e tem patrocínio do BNDES.

De sexta a domingo, o público poderá conferir shows inéditos no Brasil, como o do guitarrista tuaregue Omara 'Bombino', considerado pela crítica mundial como o "Hendrix do Saara". Envolvido desde cedo na luta pela independência de seu povo, vivenciou rebeliões e massacres, até decidir ser um grande guitarrista para levar ao mundo a cultura tuaregue.

Já o luso-angolano Batida é o nome com que Pedro Coquenão assina o seu inovador projeto artístico, que reúne produção musical, rádio e vídeo. Nascido em Angola e criado nos subúrbios de Lisboa, assumiu o nome Batida, inspirado nas compilações piratas que circulam nas ruas de Luanda e no seu espírito Do It Yourself. Com forte apelo visual, mistura música africana dos anos 1970 à eletrônica moderna do kuduro. Batida também desempenha importante papel como ativista do Movimento Pró-democracia em Angola. O MIMO também exibirá, em sua Etapa Educativa, o filme “É Dreda Ser Angolano”, produzido por Pedro e o rapper ativista Luaty Beirão, que passou 36 dias em greve de fome, depois de preso e acusado pela justiça angolana de atos preparatórios para uma rebelião e atentado contra o Presidente angolano. 

O consagrado mestre da música popular brasileira Tom Zé, a Banda Black Rio, que dá início às comemorações dos 40 anos de sua criação, apresentando músicas do antológico álbum “Maria Fumaça”, e o premiado projeto “Valencianas”, de Alceu Valença com a Orquestra Ouro Preto, prometem noites memoráveis no Palco MIMO, no Parque Lage.

As centenárias igrejas da Candelária, Penha e Outeiro da Glória receberão concertos singulares, como o do vanguardista duo feminino de música sul-coreana SU:M e do espanhol Daniel Casares, um dos maiores guitarristas flamencos da atualidade, que vem sendo apontado como o sucessor de Paco de Lucia e se apresentará com a recém-criada Orquestra Sinfônica Cesgranrio, interpretando, entre outras obras, a íntegra do célebre Concerto de Aranjuez.

O Museu da República abrigará concertos de Nailor Proveta e Alessandro Penezzi, David Ganc e Quarteto Guerra-Peixe e da Orquestra Popular Tuhu, somados ao espetáculo “Uirapuru”, de circo dramático, da Companhia de Mystérios e Novidades.  Ainda dentro da programação, o MIMO levará à Sala Cecília Meireles e ao Museu da República o bluesman Boubacar Traoré, um dos maiores artistas da música africana no mundo e, no Espaço Cultural do BNDES, a  dupla escocesa Chris Stout e Catriona McKay, que mistura música clássica e folk. McKay também realizará uma residência artística com a Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica, que resultará em um concerto inédito no Parque Lage. A dupla está sendo trazida com apoio do British Council.

Pelo segundo ano consecutivo, o Prêmio MIMO Instrumental dará espaço para jovens músicos vindos de diversas partes do Brasil. Se apresentarão no Rio de Janeiro, os talentosos pianista e compositor carioca Antônio Guerra e o violonista paulista João Camarero, vencedores da edição 2015 ao lado do duo paraense Strobo, que se exibiu em Paraty.