Crítica: 'Sete dias com Marilyn'

Por JÚLIA MOURA

Assim como uma das mais famosas estrelas de cinema, o filme que conta a sua história não poderia ser melhor recebido. Da mesma forma que as pessoas da época, a crítica americana rendeu-se aos encantos de Marilyn Monroe (Michelle Williams). Sete dias com Marilyn se passa na década de 50 e relembra a trajetória da atriz. O longa é uma adaptação do livro homônimo de Colin Clark, em que ele conta a semana que passou com Monroe.

No filme, Colin tem 23 anos e é interpretado por Eddie Redmayne, que retrata com perfeição o deslumbre que a grande estrela causava nas pessoas - principalmente nos homens. O jovem, vindo de Oxford em busca de ascensão na indústria do cinema, consegue um "cargo" de assistente no set de filmagem da comédia romântica O príncipe encantado. A estrela é Monroe, no filme que marcou sua estreia no cinema britânico.

Enquanto media os conflitos entre a atriz problema - ela se atrasava para as gravações e não decorava as falas - e o ator e diretor do longa Laurence Olivier (interpretado por Kenneth Brannagh), Colin apaixona-se por Marilyn - assim como os espectadores. Williams (O segredo de Brokeback Mountain) incorpora os trejeitos, a postura corporal e o sorriso perfeito da grande atriz. Pela interpretação, Williams foi indicada ao Oscar, venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz e o título de Atriz do Ano no Hollywood Film Award. 

Apesar do filme não ter uma grande história ou um excelente roteiro, Sete dias com Marilyn é salvo pelas grandes interpretações. E nessa lista, além dos citados, entram os coadjuvantes. Emma Watson é Lucy, assistente no estúdio e interessada em Colin. Julia Ormond interpreta Vivien Leigh, mulher de Laurence Olivier. Dougray Scott é Arthur Miller, marido de Marilyn. Dominic Cooper interpreta o fotógrafo Milton Greene. A excelente Judi Dench é Sybill Thorndike. Zoë Wanamaker é Paula Strasberg.

Quase 40 anos mais tarde, o diário de Arthur Miller foi publicado com o título The prince, the showgirl and me (O príncipe, a vedete e eu). Nele, uma semana faltava. Essas páginas foram publicadas mais tarde com o título My week with Marilyn (Minha semana com Marilyn). Este ano, completa-se 50 anos da morte da estrela - suspeita-se de que o uso excessivo de pílulas para dormir tenha sido a causa. No filme, o ingênuo Colin, preocupado com a fama da atriz pede que ela "Esqueça Marilyn Monroe". Na época, ele provavelmente não sabia que o cinema e o mundo jamais iriam esquecê-la.

Cotação: ** (Bom)