Consagrado ao lado do irmão Xavantinho, Pena Branca morreu nesta terça
Da Redação, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - Profundo conhecedor e divulgador de ritmos da tradição caipira como o cateretê, a toada, a congada e a moda de viola, o cantor e compositor José Ramiro Sobrinho, que se tornou nacionalmente conhecido como Pena Branca a partir da dupla formada com o irmão Xavantinho, foi enterrado terça-feira no cemitério Parque dos Pinheiros, na Zona Norte de São Paulo, após ter sofrido um ataque cardíaco na noite de segunda-feira, aos 70 anos.
Nascido em Igarapava, no interior de São Paulo, em 1939, Pena Branca iniciou a carreira artística ao lado do irmão, com quem obteve repercussão nacional a partir de 1981, quando iniciaram uma série de apresentações com o cantor e apresentador Ronaldo Boldrim. Em quatro décadas de trabalho, gravaram 10 álbuns, dentre os quais Ao vivo em Tatuí com Renato Teixeira (1992), considerado um dos registros mais importantes do cancioneiro caipira.
Grammy Latino
Após a morte de Xavantinho, em 1999, Pena Branca lançou-se em carreira solo ao gravar, no ano seguinte, o disco Semente caipira, agraciado com o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. Nesse disco gravou composições próprias de sucesso como a toada Casa amarela, a moda de viola Rio abaixo vou viver e o arrasta-pé Papo furado, além de registrar composições de outros compositores como Tavinho Moura e Tom Jobim.
Em 2002, homenageou o irmão no disco Pena Branca canta Xavantinho, seu último trabalho fonográfico. Pena Branca deixou, ao lado do irmão, uma das obras mais completas envolvendo os ritmos do interior do Brasil.
