Information Society volta ao Brasil pela oitava vez

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Leandro Souto Maior, Jornal do Brasil

RIO - Hoje, soam a ouvidos menos saudosistas como bpms datados, mas em sete visitas ao Brasil em 1989, 1990, 1991 (duas vezes), 1993, 1997, 2006 e a oitava a acontecer em 7 de agosto, no Vivo Rio a banda americana de tecnopop Information Society desfrutou de status raramente alcançado em qualquer outro palco do mundo.

Não sei explicar como nos tornamos tão populares por aí, deve ser porque o povo brasileiro tem excelente gosto musical diverte-se Paul Robb, cofundador do grupo, de Nova York, em entrevista por telefone ao Jornal do Brasil. O curioso é que nós vendemos muito mais discos aqui nos Estados Unidos e no Japão, mas nunca tocamos para tanta gente como nas ocasiões que estivemos no Brasil.

Lembranças tropicais

Junto aos também DJs e produtores originais do grupo Kurt Harland e James Cassidy, Paul Robb espera encarar mais uma vez tal receptividade. Foram a primeira atração internacional a aportar em diversas cidades brasileiras.

Na primeira ocasião em Manaus, estava muito quente e eu fiquei doente recorda Robb. Parecia um calor de centenas de graus. Não aguentei e saí do hotel para pegar um ar na cidade. Cruzei com uma banda dessas de escola que me pareceu fantástica. Não sei por que, mas aquela batida marcial me fez até melhorar da febre.

Foram tantas as vindas ao Brasil que histórias não faltam.

A passagem mais marcante foi em 1991, pelo Rock In Rio. Foi um dos melhores shows da nossa carreira, mas os fãs reclamaram muito que foi uma apresentação curta. Queríamos tocar mais, só que a organização não deixou. Acho que não realizavam como éramos populares, no meio de outras estrelas como George Michael e Prince. Até hoje, em entrevistas, somos perguntados por que aquele show foi tão curto. Lembro também que nosso sucesso era tão grande que não conseguimos sair do hotel, de tantos fãs que se aglomeravam na entrada. Para dar uma volta pela cidade, tivemos que sair escondidos, e conseguimos rodar pelo Rio junto do Run DMC.

Era a época da música pop em que guitarra, baixo e bateria deram lugar a computadores, sintetizadores e baterias eletrônicas. E o Information Society reinava nesse cenário. O gênero tecnopop teve pilares na década de 70, no som de grupos como Kraftwerk e Tangerine Dream. Logo, outros pegaram carona. Uns sumiram (Human League, Ultravox, A Flock of Seagulls, Soft Cell, Thomas Dolby) e outros mantêm-se vivos (Depeche Mode, New Order, além do próprio IS).

O grupo de Robb, Harland e Cassidy colecionou um punhado de hits durante a carreira, que teve breve parada de três anos em 1993. Hoje estão consolidados não apenas com o resgate de um passado glorioso, mas também produzindo novo material. Em 2007, lançaram o CD de inéditas Synthesizer e em outubro sai o DVD It is iseless to resist us.

Os estilos musicais estavam se transformando e a gente não queria mudar o que fazíamos só para continuarmos populares. Tínhamos 30 anos, era a hora de dar um tempo, casar, ter filhos.

As pérolas pop preferidas dos fãs variam em cada palco que pisam ao redor do mundo.

É engraçado, mas notamos que até mesmo dentro do nosso país o gosto das pessoas varia aponta Robb. Na costa oeste, What's on your mind é a imbatível. Já aqui em Nova York e também na Flórida, a que faz mais sucesso é Running. No Brasil sempre foi Repetition. Todas as garotas brasileiras amam as baladas!

Todos esses sucessos, e mais How long, Peace & love Inc e Think, estão no set list da turnê, que além do Rio passa também por Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Ribeirão Preto. Apenas na capital carioca, a apresentação ganha abertura, do DJ Memê, que toca hits dos anos 80.

Penso que a longevidade do nosso sucesso se deve ao fato de nossos shows serem muito divertidos, comparados a outras bandas eletrônicas. E mais: o Information Society não é uma reunião de três DJs, produtores ou cantores empregados. Somos uma banda real decreta Robb.