'Presságio': fim do mundo e de Cage

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Carlos Helí de Almeida, JB Online

RIO - Nicolas Cage anda precisando urgentemente de um filme e um corte de cabelo decentes. Nenhum desses problemas é resolvido em Presságio, mais um numa série de fiascos artísticos (e equívocos capilares) do ator, que inclui O sacrifício (2006) e Motoqueiro fantasma (2007). Mais desapontados ficam os fãs do diretor Alex Proyas, autor de obras sólidas como Cidade das sombras (1998), agora atrás de uma história que quer ser, ao mesmo tempo, filme-catástrofe e thriller de fundo religioso.

Ambição pode ser uma grande virtude, quando não degenera em diálogos rasos e composições caricatas. Cage interpreta um astrofísico atormentado pela perda da mulher, pai de um garoto prodígio que desenterra uma carta que supostamente prediz catástrofes ocorridas nos últimos 50 anos. Mas até que podemos esquecer por alguns momentos o penteado de Cage ao ouvir seu personagem dizer, contrito, para o filho: Se você quer acreditar, vá em frente e acredite .