Estréia: Visita de papa ao Uruguai é tema para comédia política
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SÃO PAULO - "O Banheiro do Papa" é uma comédia dramática de fundo político, co-dirigida e fotografada por César Charlone, celebrado diretor de fotografia de "Cidade de Deus" e "O Jardineiro Fiel".
O longa-metragem, uma co-produção entre Brasil, Uruguai e França, tem estréia no Rio de Janeiro e São Paulo na sexta-feira.
"O Banheiro do Papa" nasceu de uma idéia original do co-diretor Enrique Fernandez, a partir de notícias de jornal sobre a visita do papa João Paulo II à pequena cidade uruguaia de Melo, em 1988.
Na época, os moradores de Melo convenceram-se de que milhares de pessoas, especialmente brasileiros, cruzariam a fronteira para ouvir o sermão do papa.
Assim, endividaram-se, hipotecaram suas casas, emprestaram dinheiro com agiotas, tudo isso pensando em lucrar com os visitantes.
Beto (César Troncoso), um pequeno contrabandista que ganha a vida atravessando a fronteira brasileira em sua bicicleta, tem uma idéia mais original: construir um banheiro diante de sua casa, cujo uso será cobrado aos peregrinos. Na realidade, do ponto de vista financeiro, a passagem do papa por Melo resultou em desastre.
O filme, porém, mantém o foco na família de Beto, formada também por sua mulher (Virginia Méndez) e sua filha (Virginia Ruiz), com espaço para humor e uma esperança que parece invencível.
Em 2007, "O Banheiro do Papa" venceu o prêmio de melhor filme para o júri da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Meses antes, foi exibido na seção Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, onde teve sua estréia mundial.
