Mineiros do Skank animam feriado do carioca na praia de Copacabana
Leandro Souto Maior, JB Online
RIO - A despeito de ter em seu 'cast' uma infinidade de artistas da mais alta qualidade e popularidade, o Rio de Janeiro, como sempre generoso e hospitaleiro, abre espaço mais uma vez para receber uma atração musical de fora no dia da festa de seu padroeiro. No ano passado, a paulista Rita Lee (uma das mais perfeitas traduções da terra da garoa) se apresentou no dia de São Sebastião. Desta vez, coube aos mineiríssimos do Skank a honra de agitar o feriado (apesar de num domingo) dos cariocas na praia de Copacabana.
A abertura do show, por volta das 19 horas, foi do baixista do Barão Vermelho, Rodrigo Santos. Ele está lançando seu primeiro CD solo, mas privilegiou diversas canções bem conhecidas da galera, para agitar a festa. Se valeu da propriedade que tem por ser um integrante oficial do grupo que lançou Cazuza nos anos 80 para encher o repertório com sucessos do grupo, de fases diversas, como Pro dia nascer feliz , Beth Balanço e Puro êxtase . Ousou em Love of my life , do Queen, em arranjo semelhante ao memorável show do grupo inglês no Rock In Rio. Na verdade, nada acrescentou. Apesar de Rodrigo ter cantado direitinho, não é o Freddie Mercury. O baixista não tocou baixo, e sim violão de cordas de aço, o que é uma pena, porque é um ótimo baixista e, apesar de ter mostrado que pode cantar, não é de fato um cantor. Mas agradou e saiu com um saldo positivo, em uma paresentação que yambém foi castigada por problemas de som.
O céu parecia que ia desabar sobre a cabeça do público que lotava a praia, em frente ao Copacabana Palace. Talvez por isso, quase não houve intervalo e logo o Skank entrava no palco com sua invejável coleção de composições a la Beatles e suas variações, como o Clube da Esquina.
O público anfitrião recebeu bem seu convidado, mas cometeu a deselegância de armar confusão próximo ao palco a ponto do vocalista Samuel Rosa (cada vez mais parecido com o Quentin Tarantino!) ter que interromper uma música para pedir que a galera se acalmasse. Nem a chuva, que apertava conforme o show ia chegando ao fim, foi suficiente para esfriar os ânimos e evitar confusões pontuais. Talvez por isso, o extenso repertório que o grupo tem ao seu dispor tenha privilegiado muito mais as baladas, como a 'do amor inabalável', e as canções, como a 'noturna'.
O Skank é uma banda muito profissional e competente, e fez uma bela e digna apresentação, com vários momentos de improvisação no melhor estilo 'dub', como que se rendendo à sua própria história, quando surgiram muito mais para reggae que para Beatles. Destaque para a bela coleção de guitarras 'vintage' que Samuel Rosa desfilou durante o show.
Sob uma chuva que mais refrescava do que estragava a festa, o carioca voltou para casa satisfeito com mais uma boa apresentação musical gratuita no dia de seu padroeiro. Antes de Rita Lee, no ano passado, as estrelas que se apresentaram na praia de Copacabana no dia de São Sebastião foram Lulu Santos (2006) e Maria Rita (2005).
