Maurício Manfrini, o Paulinho Gogó, protagoniza série em que vira dono de casa

Por BEATRIZ VILANOVA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na nova série do Multishow "O Dono do Lar", Maurício Manfrini, 49, inverte os estereótipos de gênero. A partir desta quarta-feira (10), o ator passa a ser visto como o protagonista Américo, que se muda para o sobrado da sogra com a esposa, a filha e o enteado, após ficar desempregado.

Sem perspectivas de voltar ao mercado de trabalho e em crise, ele se torna o dono de casa, assumindo afazeres domésticos enquanto sua mulher dobra sua jornada. "Como dono do lar, ele está sempre de avental, enquanto sua mulher está de roupa social. Ele tenta coordenar tudo, mas acaba fracassando: queimando roupas, queimando a comida etc", conta Manfrini, à reportagem.

Durante a preparação para o seriado, ele conta que pôde perceber como a história promoveria uma identificação entre os brasileiros. "Além de se divertir, os espectadores irão se identificar e se ver nas situações. Todo mundo tem um desempregado na família, e toda família tem confusão e momentos de diversão."

Sob direção de Silvio Guindane, que interpreta o personagem Lacraia Jackson desde 2013 no "Vai que Cola" (Multishow), a série "O Dono do Lar" levou dois meses para ser gravada e terá dez episódios exibidos até 19 de julho. "Foi um trabalho curto, mas intenso. Houve uma energia muito legal entre o elenco e a produção, então passou muito rápido", lembra Manfrini.

Uma segunda temporada, com mais dez episódios, deve ser exibida na sequência da primeira. Como nos sitcons, o seriado conta com uma plateia que serviu como termômetro para as gravações. Com liberdade para improvisar, o ator conta que, para compor o personagem, trouxe elementos de um de seus papéis mais icônicos -Paulinho Gogó, de "A Praça é Nossa" (SBT).

"Há muitos anos interpreto o Paulinho Gogó. Ele já é uma persona que eu tenho, que eu posso jogar para outros personagens meus. Fiz isso no Lima, personagem do filme 'Os Farofeiros' [2018], e isso acontece com Américo. Percebi nele uma certa malandragem, de não querer conseguir emprego e ficar em casa, mesmo não sabendo ser um 'dono de casa'", afirma Manfrini.

Ele afirma que nem tudo foi pensado sem ressalvas. O ator diz que foram feitas pesquisas com o público para saber o que eles iriam curtir no seriado. "Quando pegamos os roteiros, cada personagem já estava muito bem construído."

Ainda estão no elenco Grace Gianoukas (como Nina), Marcos Oliveira (o "Beiçola", como Rodolfo), Roberta Santiago, Lili Siqueira e Estevam Nabote. Outro destaque é o ator JP Rufino, 16, que na trama será Miguel, um carioca que se mudou para São Paulo para morar com o pai.

"Ele é muito inteligente, como um espectador que está assistindo às loucuras da família dele", diz  Rufino. "Foi minha primeira experiência com uma série de comédia, então foi um desafio. Mas eu tive uma química muito boa com o elenco, nos divertimos bastante", acrescenta. 

Rufino reafirma a fala de Manfrini ao dizer que os brasileiros se identificarão com as situações propostas no seriado. Ele afirma que o programa retrata um pouco da vida do brasileiro com humor, "no ponto de estarem tentando resolver um problema, mas acabarem se atrapalhando cada vez mais".

Mesmo perante as dificuldades dos personagens (e dos brasileiros, na vida real), Rufino alerta: "A gente nunca deve desistir. Mesmo que o problema seja grande, temos que tentar resolvê-lo. Mesmo que ele vá piorando, sempre terá uma solução."

Além do seriado "O Dono do Lar", Rufino também participa de dois filmes "Ela Disse, Ele Disse", de Thalita Rebouças, e "Uma Pitada de Sorte", de Pedro Antonio, que devem estrear ainda neste ano. Ele diz que a sequência de projetos só o ajuda a atingir seus objetivos e que gosta do que faz. 

"Sempre tento fazer com amor, porque é o que importa nesse mundo. Terão momentos em que algumas pessoas vão dizer não gostar do seu trabalho, mas temos que tentar sempre continuar, tentando amar ao próximo. Fazer o que ama, não importa o que as pessoas dizem sobre você."