Critica: Uma viagem inesperada: Diretor veterano apela para clichês em filme mediano

* (Ruim)

Por Tony Tramell*

Uma viagem inesperada

Uma Viagem Inesperada não pertence ao cinema argentino que costuma chegar ao circuito exibidor do país. As produções argentinas que passam em nossos cinemas costumam ter ótimo roteiros e atuações bem acima da média. Infelizmente não é o caso do novo filme do diretor Juan José Jusid (“Apaixonados” e “Um Argentino en New York”), que costuma fazer filmes comerciais com sucesso de público e qualidade inversa.

A trama gira em torno do engenheiro Pablo (Pablo Rago, de “O Segredo dos Seus Olhos”), que trabalha no Rio e é responsável por uma nova plataforma de petróleo. A vida segue com sua noiva brasileira Lucy (Débora Nascimento) até que acontece a tal viagem inesperada. Sua ex-mulher pede ajuda com o filho. A narrativa passa aos clichês dos road movies enquanto pai e filho viajam para passar uns dias em Bolívar, cidade natal de Pablo. Uma colcha de retalhos de imprevistos, surpresas e reviravoltas se sucedem. Boa parte para apenas empurrar a história adiante.

Diretor e roteiro se perdem no excesso de temas: bullying, reaproximação, rito de passagem, a oportunidade de se reinventar. A qualidade técnica prende a atenção do público, que espera por uma resolução que chega confusa. Uma Viagem Inesperada é o típico filme mediano, que logo será esquecido.