Levando o Brasil no traço

Terceira edição da Bienal de Caricatura presta tributo a Lan, Alvarus e Luiz Sá

Por Affonso Nunes

Os sambistas de Lan

Um grande painel da sociedade brasileira no século 20 através da ótica social, política e de costumes de três dos mais geniais artistas do traço é a proposta da 3ª Bienal da Caricatura, em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal. O evento engloba cinco mostras, sendo duas dedicadas a Lan, o italiano mais carioca de que se tem notícia. Além dele, são homenageados Alvarus e Luiz Sá. "Lan é uma lenda da caricatura, o decano dos caricaturistas brasileiros. A obra dele é um patrimônio artístico de nosso país", justifica o curador Luciano Magno. Os originais do artista, em sua fase como colaborador do JORNAL DO BRASIL, são destaques nas mostras "Lan - Traço carioca" e "Lan no traço dos caricaturistas" em que o desenhista é retratado por colegas - esta última está sediada no Centro Cultural Solar de Botafogo, onde também estão expostas caricaturas de astros do cinema.

Aos 94 anos, mas ainda em atividade, Lan, ou Lanfranco Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini, nasceu na província italiana da Toscana mas teve sua infância marcada pelas várias trocas de residência, em virtude da profissão do pai, instrumentista. Aos quatro anos, chega com a família ao Brasil, em razão de um convite para o patriarca integrar a Orquestra Sinfônica de São Paulo. Três anos mais tarde, foi tocar na Orquestra Sinfônica da Rádio El Mundo, de Montevidéu e a família ainda viveria um ano em Buenos Aires antes de se fixar definitivamente na capital uruguaia.

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