Doce debate sobre o fim: confira crítica de 'Grass'

Por Frank Carbone

Os personagens do filme de Hong Sangsoo se encontram em um café

Há uma divisão de ala na crítica e na cinefilia que diz que o sul-coreano Hong Sang-soo apenas reitera sua linguagem filme a filme, repetindo-os. Pura má vontade: um olhar menos agressivo consegue observar a proposta do diretor em ressignificar as vidas mundanas através do segundo olhar, do terceiro ponto de vista, do novo ângulo em que se lê uma realidade.

Alçado com merecimento a autor desde “HaHaHa”, mas já trabalhando com intensidade dez anteriores a esse longa de 2009, Sang-soo cria aqui um novo duo de projetos (a comunicação com seu outro filme no Festival, “O hotel às margens do rio”, é imediata) que versam sobre a finitude. Em três observações paralelas em um mesmo café de rua coreano, vemos a morte (literal e metafórica) ser versada através do desespero, da dor, da aceitação e da placidez. Coisa de gênio, que tem sempre algo novo e diferente a dizer, e da maneira mais delicada de filmar.

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GRASS: *** (Bom)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom