E o grande vencedor é o cinema
Depois de dez dias da 51ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o evento chegou ao fim. Antes da premiação, houve a exibição hors-concours do longa "América armada", de Aline Lanari e Pedro Asbeg, que acompanha a trajetória de três pessoas que tiveram suas vidas modificadas por resistirem à opressão da violência e a desigualdade social, tendo como armas a informação, a conscientização e o afeto. O filme acompanha a trajetória de cada um no Brasil, Colômbia e México.
“Viva Zózimo Bulbul, Cristinal Amaral e o Cinema Negro Brasileiro. Por mais protagonismo negro, e ele não” disse o realizador André Novais, vencedor do prêmio de melhor filme pelo longa “Temporada”, que arrebatou cinco prêmios.
“As mães, as mães pretas, as mães trans, as mães de mulheres, a gente não coloca filho no mundo pra viver essa realidade”, declarou a cineasta Beatriz Seigner, vencedora do prêmio de melhor direção por “Los silencios”.
O documentário “Bixa Travesty” foi eleito o melhor longa-metragem pelo júri popular (Prêmio Petrobras de Cinema e Prêmio Técnico Canal Curta!) e recebeu menção pelo posicionamento e impactante apresentação da dupla Linn da Quebrada e Jup do Bairro.
O festival aliou cultura a questões políticas e promoveu a diversidade e espaço para vozes que não costumam ser ouvidas, mas que sempre estiveram presentes na sociedade. O resultado é que independente de quem levou mais prêmios, o grande vencedor da noite foi o cinema.
*Assistente de direção e jornalista
Relação dos premiados:
Melhor filme (Prêmio Técnico Dot Cine): “Temporada”
Melhor direção: Beatriz Seigner (“Los silencios”)
Melhor ator: Aldri Anunciação (“Ilha”)
Melhor atriz: Grace Passô (“Temporada”)
Melhor ator coadjuvante: Russão (“Temporada”)
Melhor atriz coadjuvante: Luciana Paes (“A sombra do pai”)
Melhor roteiro: “Ilha”, Ary Rosa e Glenda Nicácio
Melhor fotografia: “Temporada”, Wilsa Esser
Melhor direção de arte: “Temporada”, Diogo Hayashi
Melhor trilha sonora: “Bixa Travesty”
Melhor som: “A sombra do pai”, Gabriela Cunha
Melhor montagem: “A sombra do pai”, Karen Akerman