Curtos, porém assustadores

Começa hoje o Festival Hell de Janeiro com sessões no Estação NET Botafogo e Cinestar Special Laura Alvim

Por Mônica Loureiro

"Solito", animação da mostra "Animaldiçoados"

Com produções recentes e, em sua maioria, inéditas, começa hoje o Festival Hell de Janeiro com sessões no Estação NET Botafogo e Cinestar Special Laura Alvim. São 59 filmes nacionais e estrangeiros de terror e comédia assustadora - seis longas e 53 curtas. “Há uma grande produção com esses temas mas quase nenhum filme entra em circuito comercial e há poucos festivais assim. O Hell abre espaço para produções independentes, experimentais e também permite uma aproximação do público com os realizadores”, explica o curador Alexander Mello, que diz que o festival é uma mutação do “Animaldiçoados”, mostra de animação que acontece desde 2010 e que virou um dos seis programas temáticos de curtas do festival. Os outros são “Primeiro pesadelo”, “Canibais, assassinos & esfaqueadores”, “O morto-vivo” e “Fantasma, ficção científica de horror & freaks” e “Feminismo monstruoso”: “Este último é bem interessante, por ser diferente do comum em filmes do gênero, em que as mulheres são vítimas. Aqui, elas são os seres monstruosos”, destaca.

A abertura hoje, às 21h10 no Estação Net, terá sessão com presença dos realizadores dos curtas do programa “Hell Carioca”. O que já dá pista de que o festival prioriza a exibição de curtas, perceptível pelo número de títulos bem superior aos longas. Há títulos nacionais e da Itália, Alemanha, Dinamarca, Espanha, Estônia, EUA, Finlândia, França, Hong Kong, Itália, Nigéria, Portugal, Reino Unido e Suíça. “O curta não deve ser tratado como um degrau para o diretor fazer um longa. É uma obra completa e é assim que a maioria vem encarando seus trabalhos. Chamo a atenção para a presença do nacional ‘Nó do Diabo’ e do canadense ‘Montréal dead end’ , que foram feitos por vários diretores, algo recente no mercado. São filmes coletivos que têm um roteiro trabalhado como se fosse um longa, mas cada diretor faz o seu curta e depois todos são ligados. É um formato bem interessante”, conta Alexander.

A programação é quase toda composta por produções feitas em 2017 e 2018, com raras exceções, como é o caso do curta nacional “Judas”, de 2015. “É um filme muito interessante e ainda inédito. Há alguns selecionados de 2016, mas o ineditismo no Rio foi pré-requisito”, explica o curador. Entre os longas, só “O nó do diabo” e o francês “A noite que devorou o mundo” já haviam sido exibidos em circuito. “Eu achei que ‘A noite...’, por exemplo, teve uma estratégia de lançamento totalmente equivocada. Apresentaram o filme como um cult quando, na verdade, é um filme de zumbi”, comenta.

Os longas que fazem estreia no festival são “Aterrados” (ARG), “Framed” (ESP), “Montréal dead end” (CAN) e “VelociPastor” (EUA/CHI). “Essa coprodução americana e chinesa mostra um padre que recebe o dom de se transformar em um dinossauro e decide lutar contra criminosos e ninjas. É melhor que trash, é um subtema de comédia assustadora!”, diverte-se Alexander.

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SERVIÇO

HELL DE JANEIRO - Estação Net Botafogo (R. Voluntários da Pátria, 88; Tel.: 2226-1988) e Cinestar Especial Laura Alvim (Av. Vieira Souto 176 - Ipanema; Tel.: 2513-3166 ). De hoje a 19/9, às 19h10 e 21h10.
R$ 20.