Cães idosos são ignorados em campanhas de adoção e passam a vida inteira em abrigos

Por Daniela Calcia

Daniele (E) e Caroline investem em ativos naturais

Essa semana vi no Instagram do grupo Adotapez vários pedidos de adoção para cães idosos, que sempre são rejeitados em campanhas de adoção porque a galera prefere pets mais jovens. O primeiro foi o idosinho Bingo, que tem aproximadamente 15 anos. O post começa assim: "Quinze anos é uma data especial não é mesmo? Ganhamos festas, viagens, algumas meninas ainda debutam, mas vocês sabiam que 15 anos é o tempo que o nosso IDOSINHO está no abrigo?". Mas ele não é o único! Rolei mais umas fotos e me deparei com a Princesa: "Tenho aproximadamente 12 anos, sou CASTRADA e VACINADA. Há 2 anos atrás, as tias do ADOTAPETZ me tiraram das ruas, eu já era idosa e tinha sido abandonada. Eu nem acreditava mais que algum dia eu teria uma chance de ganhar um lar, mas quando elas me levaram para um abrigo, meu coração se encheu de esperança. Acontece que nestes dois anos que eu nunca mais sai e ninguém nunca pediu para me olhar direito, provavelmente porque já sou mais velhinha". Entrei em contato e descobri que muitos outros idosos também aguardam uma família!

Conversei com a Gabriela Dandara, que é coordenadora do grupo Adotapez, para saber como funciona o projeto e como podemos ajudar esses vovôs e vovós. "Não temos espaço físico, ajudamos alguns abrigos e protetores independentes com a divulgação dos animais em nossas redes sociais e fazendo campanhas de adoção em diversos pontos do Rio". E continua, "Para realizarmos as campanhas temos que fazer uma logística com caronas solidárias, voluntários disponíveis, levar os animais castrados, vacinados e saudáveis. Nosso foco é que o bichinho ganhe uma família amorosa e responsável".

Mas nas campanhas a galera prefere pets filhotes ou jovens. "Muitos adotantes preferem animais com até dois ou três anos de idade. Um cão resgatado nessa idade, se não for adotado logo, envelhece num abrigo e pode entrar em depressão", revela Dandara, que ainda destaca: "Dos 300 cães que estão em abrigos que ajudamos, a maioria tem mais de 5 anos, ficam tempo demais esperando uma família, Bingo e Princesa não são os únicos".