Silêncio ensurdecedor

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Foi ensurdecedor o silêncio do DEM do Rio após a prisão do deputado André Corrêa, candidato da direita à Presidência da Alerj. Não se ouviu um comentário ou crítica e o medo do que vem pela frente é grande. Sabe-se que o parlamentar é um passarinho com muito pra cantar. André despontou no fim dos anos 90, quando ganhou de presente de Alfredo Sirkis a presidência do diminuto PV estadual. Sirkis queria “livrar-se do abacaxi” como dizia na época, para poder cuidar de sua campanha para prefeito em 2000. André fechou aliança com a chapa Garotinho/Benedita, foi eleito, e se tornou secretário de Meio Ambiente. Anos depois, em 2006, foi um dos coordenadores da famosa campanha de Denise Frossard que por pouco não tira de Sérgio Cabral o governo do Rio. Nas eleições para a prefeitura da capital em 2008, apresentou-se como “o candidato da juíza”. Ficou em oitavo, com 0,7% dos votos. Bandeou-se em seguida para o governo de Sérgio Cabral, de quem foi líder na Alerj. Ganhou por isso a alcunha de “cavalo de tróia” do grupo de Denise pela suspeita de ter agido como agente infiltrado. Ou seja, em 20 anos, André serviu a Garotinho, Denise Frossard, Sérgio Cabral, Pezão e Eduardo Paes, de quem foi um dos coordenadores de campanha. Ia agora emprestar suas convicções a Wilson Witzel e ao clã Bolsonaro. Com sua prisão, o governador eleito deve estar suspirando aliviado.

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Meteu atestado

A semana foi mesmo difícil para o deputado André Corrêa. Ele meteu um atestado médico e faltou à audiência do processo que move contra o ambientalista Rogério Rocco, que o denunciou por conceder uma licença ilícita para o Terminal Portuário de Macaé. Rogério recusou qualquer acordo. Pela falta do deputado, nova audiência foi marcada para o dia 11 de março.

Multa neles!

A Secretaria Municipal de Transportes realizou quinta-feira uma ação em Campo Grande para verificar cobranças indevidas de tarifa nas linhas de ônibus da Zona Oeste. Foram aplicadas nove multas ao consórcio Santa Cruz, responsável pelas linhas 821, 835 e 838 por cobrança do valor de passagem diferente do estabelecido. A empresa recebeu ainda sete multas por vistoria vencida, má conservação, falta de ar condicionado e circulação com frota abaixo do determinado.

Amnésia útil

Durante reunião de vereadores com as secretarias da Casa Civil e da Saúde, na quinta-feira, nenhum técnico da Prefeitura quis confirmar a informação passada pelo secretário Paulo Messina, que 1,4 milhão de cariocas não necessita da rede pública de saúde - o que justificaria o corte no orçamento de R$ 725 milhões. A pergunta aos técnicos foi feita pelo vereador Paulo Pinheiro e causou constrangimento.

Fake news?

Na reunião, também não confirmaram a informação do prefeito Marcelo Crivella que, na Barra, a cobertura do programa de saúde da família é de 100%. Messina insistiu que não haverá cortes, ainda que, desde 2013, o gasto anual na saúde tenha sido superior aos R$ 5, 02 bilhões projetados para 2019. Mais constrangimento.

Oficina de reparos

Errei sim, manchei meu nome! No afã de elogiar o jornalista de O Dia, Paulo Capelli, pela entrevista ontem de manhã com Flávio Bolsonaro, a coluna erroneamente o chamou de Ricardo. O signatário, chafurdando na lama da vergonha, pede desculpas ao colega.

Toniquices

Do ator Tonico Pereira ao acompanhar o noticiário com o anúncio dos novos ministros e a movimentação em frente à casa do presidente eleito, Bolsonaro: “Que todo o drama vire comédia”. Vai incluir entre as frases das camisetas que vende em um quiosque, em Botafogo.

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LANCE LIVRE

Para incrementar o fluxo de visitantes intermunicipais, o secretário de turismo Nilo Sergio Felix lançará terça-feira, novo material promocional com apresentações de atrativos turísticos do interior, no Windsor de Copacabana.