Vestir para proteger o planeta

.

Por IESA RODRIGUES

Iesa Rodrigues

Como criar coleções dentro dos desejos do consumo e das obrigações dos tempos atuais? Esperamos que estes tempos melhorem, abrindo espaço para todo tipo de criação, mas por enquanto causa estranheza ver um vestido ricamente bordado ou um sapato de salto 20. Porque são tempos em que vale mais montar um mudroom - um canto da casa onde se trocam os sapatos vindos da rua, os casacos (em lugares frios) e as bolsas, do que encher os cabides com peças que serão pouco usadas. Apesar dos aumentos no supermercado, que arrasam com os orçamentos, ainda há momentos de desejos irresistíveis: eu mesma não sosseguei até comprar uma camiseta igual à usada pelo Donghae, genial músico, cantor, ator, integrante do SuperJunior, um kpop que celebra 10 anos. Nunca imaginei que compraria algo direto da Coréia do Sul, mas aguardo ansiosa a chegada ao Rio de Janeiro.
Mais do que sustentáveis, notamos que são roupas e acessórios com histórias.

Na verdade, cada um compra o que quiser, se puder, nem que seja para vestir em casa, se olhar no espelho e postar no TikTok. Para cumprir a missão de sugerir escolhas nesta coluna, mais uma vez o foco é a proteção do meio ambiente. Os lançamentos nacionais apontam o verão 21/22 como a estação das cores claras, dos tecidos aparentemente sem tingimento, dos toques artesanais. Nem que seja no nome da coleção, há uma referência ao natural, sustentável.



Oskar Metsavaht mudou o sentido da expressão ASP, que era as soon as possible (tão logo seja possível) para as soon as sustainable (ou tão rápido seja sustentável). A coleção de verão confirma o objetivo de proteção do planeta. Refletindo o desequilíbrio da pandemia causado pelo homem que atacou todo o planeta, a Osklen pretende finalmente compreender o estilo de vida do século 21: a perpetuação da vida no planeta é representada pela coleção Balance (equilíbrio, em inglês). Em algodão orgânico, cânhamo, algodões, linhos e nylons reciclados as peças vêm em vasta cartela de cores: malva, dahlia, pinus, freijó, peroba, Pacífico, Atlântico, índigo, damasco, caqui, ouro, prata, azeitona, orquídea e menta, entre outras.



Desde 2018 a Maria Filó lança coleções cápsulas da linha Hera. O que era reduzido, agora é o recorte sustentável da marca dirigida por Roberta Ribeiro. Os tecidos são feitos com fios de algodão de sobra e garrafas PET produzidos pela Ecosimple. Além da Hera, a Maria Filó define sua estratégia em 3 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), que tratam de trabalho decente, crescimento econômico, redução das desigualdades e produção responsável.

Os encantos particulares da Natureza, o suspiro, a calma e a liberdade estão conectados na linha de verão Botânica, da Água de Coco. Uma base rústica nas texturas e detalhes artesanais além das cores e estampas inspiradas na orquídea, lavanda, capim limão, flor de sálvia, magnólia aparecem nas fotos da campanha da marca cearense.

Assista ao fashion film da Água de Coco




Uma dinâmica urbana, próxima do pé na terra e da vegetação tropical são os pontos de partida da Texturas Naturais, coleção de sandálias da Shoestock, marca do grupo Magazine Luiza. Tons terrosos, saltos com acabamentos de madeira, estampas de répteis e cordas se destacam nos modelos, de sandálias papete, tamancos e espadrilles; Preços a partir de R$ 99,90.

Site

Instagram: @shoestock