O estilo praia resiste

Uma dose de sabedoria e experiência nas coleções

Por IESA RODRIGUES

Iesa Rodrigues

Ainda queremos entender o efeito de umas horas passadas com as turmas de amigos e amigas na praia. Parece que o calor do sol e a água salgada são mais imunizantes do que as reuniões aglomerantes noturnas no Leblon. Em todo caso, há as casas e coberturas com piscinas próprias, que poderão ser passarelas para desfilar com as novidades lançadas por marcas otimistas.

Há uma dose de sabedoria e experiência nas coleções: a maioria propõe mais do que biquínis e maiôs. Talvez a lembrança dos verões chuvosos, de poucas vendas, tenha servido de base para ampliar o conceito: o body já faz parte dos lançamentos, as saias longas e as saídas versáteis se alinham com vestidos tipo chemise, belas camisas e túnicas. Garotas já usam estas saídas sobre calças e camisetas, algumas com chapéu panamá, em plena Ipanema. E fica muito cool!

Mar no Cerrado
A riqueza deste bioma ganhou ares bem tropicais na coleção da Água de Coco, assinada por Liana Thomaz. A modelo Carol Trentini vestiu a campanha que celebra 35 anos da marca que sempre se inspirou em temas do Nordeste, já que a base é o Ceará. Desta vez, depois de inspirações em jangadas, rendas e faunas da região nordeste, Liana olhou para o cerrado, de onde sai esta linha que deve entrar nas 20 lojas, sendo uma em Miami e provavelmente embarcar para 25 países, para onde exporta.
Interessante é acompanhar a evolução da Água de Coco: começou como moda praia, de maiôs e biquínis, partiu para saídas com aplicações mais urbanas e atualmente se intitula marca lifestyle – tem praia, festa e a linha Casa. É a estratégia de se estender para diversos ambientes e momentos, não apenas para areias e mares.

Na onda do surfe
Esta foi a referência da Rio Summer, assinada por Sandra Mazal: unir o universo da praia e do surfe. As cores claras, que combinam com o calor da praia convivem com as estampas de flores, pássaros e coqueiros do Havaí, point favorito do povo das pranchas. Há também a lembrança do princípio deste esporte, com pinturas abstratas e psicodélicas, da era hippie.

Digital e analógica
Segundo Lenny Niemeyer “não faz mais sentido separar o digital do analógico. Eles se interpõem e são indissolúveis”. Para esta mestra do beachwear sofisticado, uma sessão de fotos experimentais de flores exuberantes em cenário de plásticos refletivos foi o ponto de partida para a construção do estilo do verão 2021. O resultado são formas mais rígidas ou fluidas, colagens de tecidos e texturas nas estampas e um final de cores ácidas e iridescentes.
Um trabalho que mais uma vez coloca Lenny à frente de tendências. Com sol ou com chuva, com pandemia ou vacinas.