Os casos ‘Claudia Camarote’ e Yan Lesaffre

.

Por COISAS DA JUSTIÇA

Ricardo Amaral

Ricardo Amaral e seus filhos, Bernard e Rick, reabriram, há cerca de cinco anos, o Hippopotamus, a famosa casa noturna em Ipanema.

A gestão dos Amaral no negócio tinha na gerência noturna Yan Lesaffre, figurinha conhecida das noites cariocas. Yan é o maior amigo de Bernardo Amaral, vice-presidente do Clube de Regatas do Flamengo.
A segunda pessoa na gestão dos Amaral no Hippo era Cláudia Maria Mattos de Souza, conhecida nas noites como “Cláudia Camarote”.

Até aí nada de “anormal”. Bernardo indicou seu maior amigo para ser gerente do negócio, e Ricardo levou sua secretária que o acompanha há décadas para trabalhar com ele no empreendimento e ser a responsável por distribuir camarotes para os amigos.

Como é a praxe histórica de Ricardo, Rick e Bernardo Amaral quando fecham um negócio, os três deixaram 20 ações trabalhistas e dezenas de outros problemas para o sócio do empreendimento resolver. Até aí, seria uma discussão no plano jurídico.

 

 

 

 

Mas o imbróglio vai além da discussão de responsabilidades. Segundo fontes que pediram anonimato, Ricardo, Rick e Barnardo Amaral negociaram com a secretária Cláudia e o gerente Yan para ingressarem com uma ação trabalhista contra o sócio, mas através de uma empresa que pertence à irmã dele, cujo envolvimento no Hippopotamus nunca existiu.

Prova deste conluio entre Cláudia, Yan, Ricardo e filhos é que ela, Cláudia, ainda continua trabalhando para Ricardo Amaral, como sua secretária. Em outras palavras, isso resta claro, Ricardo e Cláudia se aliaram nesta ação para tentar ganhar dinheiro de forma indevida e ilícita. Pois caso contrário, por que Cláudia não processou diretamente seu patrão?

Do mesmo modo, no caso de Yan Lesaffre, a Justiça do Trabalho acatou o pedido de “desconsideração da pessoa jurídica”, sendo que o reclamante nunca colocou o pé na empresa da irmã do ex-sócio, ganhando o direito de receber da empresa uma indenização no valor de R$ 400 mil.

Ricardo Amaral não tem nada em nome dele. Transferiu todo seu patrimônio para os filhos. Mas o braço da justiça já está indo atrás dos bens de Bernardo e Rick.

Yan, o amigo dos Amaral, na ação patrocinada pelo advogado Gustavo Wermelinger, do escritório Pessoa, Piquet, Mourão e Figueiredo, que possui filial até mesmo em Paris, alega que “ele, Yan, durante o ano que trabalhou na empresa, nunca recebeu um só centavo de salário” . Ou seja, “trabalhou um ano de graça”.

Nem Ricardo, Rick, e Bernardo Amaral contestaram a ação, mostrando que estão todos agindo de forma conjunta para extorquir uma mulher (irmã do ex-sócio), proprietária do estabelecimento envolvido no processo sem nunca ter tido qualquer ligação com Yan e os Amaral. Mesmo assim, a Justiça acatou, mais uma vez, o pedido de “desconsideração da pessoa jurídica“, obrigando terceiros a ser responsáveis por um passivo que só cabe aos Amaral.

A empresa não teve como provar as alegações do reclamante Yan, dado que a ligação jurídica com ele é zero. Portanto, sem conseguir qualquer documentação para contestar. E o mais grave: todos os salários recebidos por Yan eram pagos “por fora” por Ricardo, Bernardo e Rick Amaral. E assim, Yan, Ricardo, Bernardo e Rick poderão dividir uma bolada de R$ 400 mil.

No caso de Cláudia Matos de Souza, a situação ainda é mais inusitada: “funcionária processa patrão e continua trabalhando pra ele”! Neste caso, quando acontecer a primeira audiência da ação, será o dia em que, de “camarote”, o Juiz vai ouvir os motivos por que ela processa o patrão e ainda continua trabalhando pra ele.