Estudo acha possível receptor cerebral de 'droga do estupro'
Uma pesquisa identificou um possível receptor cerebral para o ácido gama-hidroxibutírico (GHB). A substância é encontrada naturalmente no cérebro, mas é mais conhecida por sua forma sintética - utilizada como droga. O estudo foi divulgado na edição atual da revista científica PNAS.
Nos Estados Unidos, a droga é conhecida como "fantasy" ou "droga do estupro", no Brasil já foi chamada de "ecstasy líquido" e é uma das substâncias nomeadas de "boa noite, Cinderela". O GHB pode causar efeito sedativo, estimulante sexual e soporífico. Em altas doses, causa euforia, mas em combinação com outras drogas, como o álcool, pode levar ao coma e até matar. Um dos maiores perigos, afirmam os médicos, é que a diferença entre a dose segura e a dose fatal é muito pequena.
A Agência de Saúde da Mulher dos Estados Unidos define como "drogas do estupro" aquelas que são usadas em casos de abuso sexual, ou seja, qualquer atividade sexual sem consentimento, seja do homem ou da mulher. "Essas drogas são poderosas. Elas podem ser colocadas na sua bebida quando você não está olhando".
Os pesquisadores da Universidade de Copenhagen (Dinamarca) descobriram que o GHB se prende fortemente a uma proteína específica do cérebro (chamada de receptor GABAA), mesmo em baixas doses, o que indica que essa proteína seria o receptor natural da substância.
A droga também é utilizada em tratamentos médicos, principalmente do alcoolismo e de alguns tipos de desordens do sono. Os cientistas esperam que, ao entender melhor como ela funciona, poderemos desenvolver medicamentos melhores, com os resultados desejados e sem os perigosos efeitos colaterais.
Não há antídoto conhecido para o GHB. Hoje, pesquisas indicam que entre 8 e 10% dos jovens que frequentam casas noturnas na Dinamarca já tiveram experiências com a substância. Contudo, como ela é frequentemente usada em locais privados, é difícil estimar a extensão do seu uso.
