Cerca de 25% dos pacientes com Doença de Chron dizem ter sofrido preconceito

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Pesquisa realizada com pacientes em 25 países revela que um quarto dos indivíduos que sofrem da Doença de Chron – enfermidade autoimune que causa inflamações no sistema digestivo – afirma ter sofrido discriminação no ambiente de trabalho por conta da necessidade de faltas constantes. Há ainda relatos de relacionamentos amorosos que teriam terminado porque os parceiros não conseguiam conviver com as limitações provocadas pelo problema. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de casos no Brasil tem aumentado nos últimos anos. Estima-se que atinja  cinco a cada 100 mil pessoas em todo o mundo.

A Doença de Chron é uma enfermidade grave e pode afetar qualquer segmento do trato gastrointestinal – da boca ao ânus, apesar de geralmente afetar a parte final  do intestino delgado ou íleo. A doença se manifesta em surtos de diferentes intensidades e duração. Os sintomas mais comuns são baixo apetite, febre, suor notuno, dor retal e, em alguns casos, hemorragia retal com dor abdominal, diarreia, perda de peso.  Podem surgir ainda sinais externos, como dor nas juntas, lesões na pele, inchaço dos olhos e fígado, além de cansaço, anemia e atraso do crescimento.

Ainda não há cura conhecida. O tratamento, basicamente, consiste na administração de medicações para conter o processo inflamatória e minimizar os sintomas. Em casos mais agudos, há a possibilidade do uso de imunossupressores, corticosteroides, bem como a realização de procedimento cirúrgico para retirar o segmento afetado. O diagnóstico é feito a partir da análise do exame clínico e da história familiar, e dos resultados de exames de sangue e imagem, como tomografia e ressonância magnética.

A vida dos pacientes fora dos períodos de crise é relativamente normal. Para preveni-las é recomendado praticar exercícios físicos, não fumar, controlar o peso, e evitar o consumo de alimentos gordurosos e outros que possam intensificar os sintomas. Se, eventualmente, as fazes apresentarem resquícios de sangue, deve-se procurar o médico.