Após incêndio em barracão, Portela mostra as riquezas do mar desafiador
Escola de Madureira não será julgada este ano
RIO - Os baluartes vão abrir o desfile da Portela, terceira escola a se apresentar esta noite. A ideia partiu do presidente da agremiação, Nilo Figueiredo. Nomes como Monarco, Luís Ayrão e Waldir 59 sairão antes da comissão de frente, "Nada mais justo", reconhece Monarco.
Por outro lado, o cantor e compositor Luís Ayrão falou sobre a expectativa para o desfile da Portela. "O fogo não brilha mais que a Portela. A expectativa é a de sempre: fazer um belo Carnaval, mesmo com o incêndio", dissem referindo-se ao fogo que destruiu os barracões na Cidade do Samba no início de fevereiro.
O compositor Monarco emendou: "Já dizia Candeia: a Portela está acima do ganhar e perder".
A azul e branco de Madureira foi uma das escolas prejudicadas com o incêndio que atingiu a Cidade do Samba no início de fevereiro. Por isso, o seu desfile não será julgado.
A ‘águia’ exalta a bravura e a engenhosidade dos homens que entenderam a importância do mar para alcançar os seus objetivos de interação, comunicação, comércio, conquistas e, em sentido mais amplo, de sobrevivência.
O enredo aborda a história dos navegantes e as riquezas do mar desafiador desde as civilizações mais remotas, que buscaram as estrelas para nele se orientar - desaguando em homenagem ao Porto do Rio de Janeiro que completará 100 anos em 2011 e cuja revitalização trará um novo impulso à cidade maravilhosa.
O intérprete do samba é Gilsinho.
Diretor de Harmonia: Alex Fab e Marcelo Jacob
Mestre de Bateria: Nilo Sérgio
Mestre-Sala: Rogério Dornelles
Porta-Bandeira: Lúcia Nobre
Comissão de Frente: Márcio Moura
ENREDO:
A bravura e o destemor dos navegantes foram determinantes para que o homem criasse rotas marítimas e, através delas, promovesse o comércio e o intercâmbio entre os povos mais distantes e de diferentes culturas. Este aprendizado foi essencial para a evolução da humanidade; e a consolidação do que convencionamos chamar de globalização.
Desde os primórdios, o homem entendeu a importância do mar para alcançar os seus objetivos de interação, comunicação, comércio, conquistas e, em sentido mais amplo, de sobrevivência.
Nas civilizações mais remotas – e entre elas destacamos os egípcios, chineses e gregos – o homem se valeu de embarcações rudimentares para enfrentar o maior de seus desafios: o mar. Para se orientar na imensidão e no desconhecido, aprendeu a decifrar a configuração das constelações.
Estrelas foram companheiras em missões de comércio e conquista, transformando aventuras em expedições com metas pré-estabelecidas. Mesmo assim, esses homens foram obrigados a enfrentar o medo espalhado pelos sete mares.
Para encontrar um caminho que os levassem às terras das especiarias tiveram que cruzar regiões supostamente habitadas por monstros e terríveis criaturas das profundezas, acostumados a devorar quem ousasse cruzar os seus domínios.
Tratava-se de uma estratégia usada pelos mercadores árabes para atemorizar os concorrentes europeus, protegendo - com a criação dessas lendas e mitos - o monopólio de mercadorias que tinham, na época, a mesma importância que o petróleo possui atualmente para a economia mundial. Nesse Mar Tenebroso, a ambição dos colonizadores inaugurou também a rota do tráfico negreiro.
Essas linhas de comércio e conquista ultrapassaram os limites do Mediterrâneo, ganharam o Atlântico e o Pacífico, traçando novas etapas na História da Humanidade. Consolidaram estradas que até hoje são essenciais para o transporte dos mais diversos tipos de mercadorias e equipamentos, bem como de viajantes que se locomovem por todos os quadrantes. São vitais para a nossa sobrevivência.
Dentro desse contexto, a Portela dedicará um momento especial de sua apresentação para homenagear os 100 anos do Porto do Rio, historicamente, a porta de entrada de nosso país, por onde também exportamos produtos gerados pela mão-de-obra e tecnologia brasileiras. É lá que a Cidade Maravilhosa ganha um novo impulso, sendo referência do comércio exterior.
Manancial inesgotável de inspiração, consolidado em todos os gêneros de arte, o mar conduzirá a Portela a uma nova missão: mais do que um Rio, ela se propõe a ser um Mar que passará em nossas vidas. E, certamente, nossos corações se deixarão levar.
Com agências
