CEF muda critérios na concessão do sistema de penhor

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BRASÍLIA, 2 de março de 2009 - A Caixa Econômica Federal mudou critérios na concessão de empréstimos por meio do sistema de penhor, permitindo que o cliente possa obter mais recursos na hora de fechar o contrato. As mudanças ocorrem devido a dois fatores: a elevação de 80% para 85% do valor máximo do empréstimo em relação ao bem penhorado e ao aumento do índice que fixa o valor do ouro.

Em 2008, os empréstimos realizados por meio do penhor movimentaram nada menos que R$ 4,9 bilhões. No total, a Caixa realizou 8,5 milhões de operações de penhor. Por ser uma modalidade que oferece fácil acesso a crédito (pois o bem fica em garantia), a Caixa prevê expansão de operações no segmento em 2009. A estimativa é que R$ 5,5 bilhões sejam concedidos em crédito por meio de penhor durante este ano. Até 25 de fevereiro, R$ 780 milhões já haviam sido emprestados por meio dessa modalidade, envolvendo 1,3 milhão de contratos.

A mudança do valor do ouro se refere à Unidade Pignoratícia (UP), que é um índice que serve como referência para avaliar as jóias oferecidas em garantia. O valor da UP aumentou de R$ 28 para R$ 33, alta de quase 18%. Na prática, isso significa que o cliente que penhorar uma jóia com dez gramas poderá receber um empréstimo de até R$ 330 frente o teto de R$ 280 que seria possível com a UP anterior. Embora o limite máximo do empréstimo tenha sido elevado, o valor mínimo continua em 10% do valor de avaliação do bem.

O penhor oferece crédito com prazos de um a 1.870 dias, com limite mínimo de liberação de R$ 50 e teto de R$ 50 mil, com taxa de juros de 2,25% ao mês. Há também a linha do micropenhor, com empréstimo limitado a R$ 1 mil, no qual a taxa de juro mensal é de 1,7%. A taxa de juros cobrada em operações de Crédito Direto ao Consumidor (CDC), entretanto, pode superar os 20% mensais, conforme informava o site do Banco Central. A principal garantia oferecida no penhor são jóias, mas também são aceitos relógios e canetas. O valor do empréstimo é vinculado ao valor de avaliação dos bens apresentados. Atualmente, a Caixa tem 453 agências que trabalham com linhas de penhor, mas até o final do ano deverão ser abertas 20 novas agências especializadas nesse tipo de operação de crédito.

(Ayr Aliski - Gazeta Mercantil)